Famoso após vídeo em que simula os e-mails não respondidos da farmacêutica Pfizer - "Pê-fizer", segundo o bordão - ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o humorista e roteirista Esse Menino afirmou ao programa estreante Jogo Político, do O POVO, que já vinha fazendo esquetes há três anos e que gosta de "exercitar esse olhar mais peculiar para uma situação que todo mundo já conhece."
"Eu acho que a comédia tem tanto o poder de achar um ponto em comum, onde todo mundo vira e fala, 'putz, isso aqui realmente a gente faz isso mesmo', como também de levar para um lado mais absurdo. E aí com esse vídeo eu tentei, me esforcei para fazer os dois ao mesmo tempo."
O humorista afirma que os roteiros dos vídeos normalmente demoram a ser concluídos, mas esse durou aproximadamente 15 minutos. O vídeo viral mostra o humorista redigindo e-mails com um tipo de introdução similar a de cartas infantis ("querido presidente").
A indignação do remetente vai crescendo à medida que os e-mails vão se acumulando sem que haja retorno do destinatário - Jair Bolsonaro -, de modo que no final da esquete a Pfizer, representada por Esse Menino, chega a questionar: "Vai querer ou não, viado?"
Questionado sobre como o humor pode se converter em ferramenta de crítica política, o roteirista responde que inserir a política na sua comédia "sempre foi uma opção".
"Passa pelas coisas que eu estou vivendo, passa pelas coisas que estão na minha cabeça, que estão em minha volta. Acho que eu simplesmente não consigo ignorar e ainda junta com o fato de que eu consigo desenvolver em cima dessas pautas", explica.