Pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes (PDT) publicou mais um vídeo da série que tem levado às redes. Na nova peça de pré-campanha, o político fala sobre o que pensa da relação entre o Estado e a religião no Brasil.
"Estes livros não são conflitantes. Ao contrário, nossas leis não permitem favorecer uma religião sobre as outras, nem os brasileiros que têm fé sobre os que não têm", afirma Ciro no vídeo em que aparece segurando a Constituição Federal na mão direita e a Bíblia, na esquerda.
"Esse princípio republicano, porém, não nos deve levar à negação de uma realidade histórica, com consequências sempre atuais. O Brasil se formou no berço do cristianismo", diz na sequência. Ciro cita a "superação" como um dos aspectos da fé cristã para afirmar a necessidade de se reconstruir o Brasil "passo por passo, detalhe por detalhe".
O segundo aspecto da mensagem cristã, segundo a interpretação do pedetista, é a solidariedade e o senso de comunidade. Ele afirma que o brasileiro quer ver o vigor e a pujança nacionais casadas com valores espirituais como amor e ternura.
E diz: "O que isso tem a ver com a política? Tudo. Porque a boa política, além de semeadora de sonhos, é a alavanca do destino coletivo e das liberdades individuais. E esse sonho se desfaz se o mundo não oferece condições materiais e espirituais para ele florescer e frutificar."
Na prática, o vídeo é um aceno do pré-candidato ao Palácio do Planalto ao eleitorado cristão, crescentemente evangélico e majoritariamente conservador. É uma fatia da população estratégica e que foi decisiva para a vitória de Jair Bolsonaro (então no PSL) em 2018.
O pedetista tem evitado falar a fundo sobre temas como aborto ou legalização da maconha, sob alegação de que a extrema-direita bolsonarista tentará desvirtuar o debate, que deve ser focado prioritariamente em emprego e renda, saúde e industrialização do País, por exemplo.
Ciro assegura, no entanto, que promoverá e mediará o debate acerca de temas polêmicos, caso seja eleito presidente.