O deputado federal José Guimarães afirma em entrevista ao O POVO que “é voz quase unânime no PT hoje que Camilo tem que sair candidato ao Senado”.
De acordo com o parlamentar, “se depender do PT, do presidente Lula e da direção nacional, o Camilo será candidato a senador do PT”, com a missão de se tornar a expressão máxima da legenda na disputa do ano que vem no estado.
“A nossa posição é que ele tem que concorrer ao Senado”, frisa Guimarães. “Tivemos recentemente uma reunião com várias lideranças do PT. Nós levamos a ele (Camilo) o nosso desejo de que ele seja a expressão máxima do palanque do Lula aqui no Ceará com sua candidatura ao Senado.”
Segundo o petista, a postulação do governador é peça fundamental na estratégia da sigla para a corrida eleitoral. “Nós estamos trabalhando, articulando e dialogando para ele ser o candidato do PT ao Senado. A partir desse diálogo, ele representa um governo de coalização política no estado. São 18 partidos que compõem”, afirma.
“Evidentemente que vai dialogar com todos, mas ele vai liderar, juntamente com PT e aliados, a disputa no Ceará”, continua, “que é Camilo senador e palanque do Lula”.
Para o deputado, “Lula no Ceará tem peso, tem voto e tem densidade” e “é o próprio palanque”, que dispensaria eventualmente um candidato a governador.
“O palanque único do PT é o palanque do Lula, que não necessariamente tem que ter a ferro e fogo um candidato a governador. Depende. Nem estou dizendo com isso que não teremos. Poderá ter. Mas não é para colocar o carro na frente dos bois nem ninguém pegar carona no peso que Lula tem no Ceará”, aponta.
Guimarães defende que essa discussão sobre candidatura própria seja feita apenas posteriormente, com o cenário mais definido.
“O que não podemos é estreitar a campanha do Lula no Ceará ou o PT no Ceará querer pegar carona no Lula. Não. O palanque do Lula no Ceará tem que expressar uma frente antibolsonarista e botar dentro dela todas as forças, as lideranças e os movimentos que querem derrotar o governo”, postula.
Perguntado sobre o que defende pessoalmente, se candidatura própria do PT ou apoio a outro nome, Guimarães responde que encampa “uma tese, que é: amplo palanque do Lula no Ceará, Camilo senador e ampliar a bancada de deputados federais e estaduais”.
“E o governo? Evidentemente na hora certa vamos discutir”, acrescenta. “Vamos manter a aliança? Em que condições? Qual o nome e as condições que serão postas pelo PDT ou qualquer outro aliado?”, interroga.
Em seguida, projeta um cenário em que PT e PDT lançassem um nome conjunto: “Como ficaria um candidato, na hipótese de um candidato do PDT, com a candidatura do Ciro e do Lula? É um problema que o PDT vai ter que discutir conosco”.
O parlamentar cearense entende que o PT não pode pleitear, ao mesmo tempo, as vagas de governador, presidente e senador numa chapa.
“O PT não quer e nem deve e nem pode, de uma hora pra outra, ter presidente, senador e governador. O Camilo é fruto dessa aliança ampla, então nós vamos discutir na hora certa aquele nome ou aliança que interesse a nós do ponto de vista do nosso projeto”, avalia.