Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro falou sobre o voto impresso, ou "voto auditável", como chamam os bolsonaristas, por pelo menos duas vezes. Nas ocasiões, sugeriu que só entrega a faixa presidencial a um adversário que lhe derrotar se o sistema for alterado, com a impressão do voto após o eleitor digitar o número dos candidatos na urna.
Para a maioria dos eleitores consultados para pesquisa Ipec, divulgada no último dia 25, esse número é "13". Segundo o levantamento realizado com 2.002 pessoas, em 141 municípios, entre 17 e 21 de junho, 49% manifestaram intenção de votar em Lula (PT), e 23% em Bolsonaro.
A apoiadores que lhe encontram no cercadinho em frente ao Palácio da Alvorada, inclusive, Bolsonaro citou o adversário para reforçar a própria tese. Segundo o mandatário, o ministro Edson Fachin, da Suprema Corte, devolveu os direitos políticos ao petista para que ele se eleja "na fraude".
"Para fazer voltar aquela quadrilha toda que nos comandou, né, que esteve à frente da Presidência até 2016", disse ainda o presidente, no último dia 1º.
No mesmo dia, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, endereçou recado a deputados, senadores e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por organizar as eleições.
"Vocês descubram uma maneira de nós fazermos a contagem aberta dos votos e apresentar na prática para o povo brasileiro que não vai ter na fraude. Caso contrário, teremos problemas nas eleições do ano que vem", afirmou o mandatário, sugerindo que não aceitará resultados adversos. (CH)