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Padres hostilizados por bolsonaristas são inscritos em programa de proteção do Estado
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Padres hostilizados por bolsonaristas são inscritos em programa de proteção do Estado

Lino Allegri e Oliveira Braga Rodrigues têm recebido ataques e ameaças após críticas contra Jair Bolsonaro durante missa em Fortaleza
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Padre Lino Allegri (ao centro) na Casa do Povo da Rua, em Fortaleza (Imagem feita antes da pandemia) (Foto: Igor de Melo em 11/04/2012)
Foto: Igor de Melo em 11/04/2012 Padre Lino Allegri (ao centro) na Casa do Povo da Rua, em Fortaleza (Imagem feita antes da pandemia)

Os padres Lino Allegri e Oliveira Braga Rodrigues, alvos de ameaças e ataques por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro em Fortaleza, foram recebidos nesta segunda-feira, 19, no Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV), órgão do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

Em nota, o órgão diz que Lino e Oliveira aceitaram a inclusão de ambos no Programa Estadual de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (PPDDH-CE). A solicitação para a inscrição dos religiosos já foi encaminhada ao programa, coordenado pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS).

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Na reunião, os sacerdotes relataram à promotora Joseana França, coordenadora do NUAVV, agressões que vêm recebendo na condução de missas na Paróquia da Paz, na Aldeota, desde o início de julho. “Ambos foram vítimas de várias condutas ilícitas por parte de algumas pessoas que frequentam a igreja”, diz nota do MPCE.

“Eles relataram os fatos e apresentaram demandas. O acolhimento foi realizado pelos profissionais do Núcleo e, na ocasião, foram apresentados os serviços prestados”, continua o documento. No último domingo, 18, o governador Camilo Santana (PT) anunciou que determinou a abertura de um inquérito para apurar possíveis ameaças contra os padres.

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Críticos do padre Lino acusam ele de utilizar a Igreja da Paz para fazer "proselitismo político" e "pregar o progressismo". As críticas começaram após o padre manifestar, durante uma missa de 4 de julho, críticas a Jair Bolsonaro e lembrar das mais de 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil. Desde então, apoiadores do presidente têm realizado “vigílias” no local aos fins de semana, com direito a protestos e xingamentos contra o religioso.

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