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Deputados cearenses repudiam ameaça de Braga Netto contra as eleições
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Deputados cearenses repudiam ameaça de Braga Netto contra as eleições

Bancada cearense. Resposta
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Ministro Braga Netto (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Ministro Braga Netto

Parlamentares cearenses reagiram criticamente à ameaça do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, de condicionar as eleições de 2022 ao voto impresso. Reportagem do Estadão aponta que uma mensagem foi enviada pelo militar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no último dia 8, por meio de um emissário político do general. 

Embora o ministro tenha negado o ato, as ameaças já vêm sido feitas publicamente pelo próprio presidente, afirma o deputado federal Célio Studart (PV). "Se o próprio presidente, e pré-candidato à reeleição, afirma que não vai aceitar o resultado das urnas caso o Congresso e o TSE não instituam o voto impresso, então é óbvio que setores do Governo, em especial os que também fazem parte das Forças Armadas, estão dando guarida ao discurso do presidente", afirma. 

Studart avalia que as ameaças ainda não estão sendo levadas em consideração pelo Congresso Nacional. "Enquanto o comando do Exército não negar de forma explícita as ameaças que o presidente tem feito, o Parlamento, a Justiça brasileira e as instituições democráticas estão, sim, em risco de grave ruptura", complementa o deputado. 

Para José Guimarães (PT), vice líder da minoria na Câmara dos Deputados, declarações de Netto são "uma afronta ao Estado Democrático de Direito". "Precisamos unir o país na defesa da democracia! Não é papel das Forças Armadas aderir a nenhum tipo de golpismo. Esse general presta um desserviço ao país", criticou.

Guimarães aproveitou para convidar os seguidores para os atos em prol do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, marcados para o próximo sábado, 24.

André Figueiredo (PDT) também endossou as críticas de parlamentares às ameaças. "A notícia de que o general Braga Netto, ministro da Defesa, ameaçou explicitamente a democracia brasileira, dizendo a interlocutor do Congresso de que não haveria eleições, em caso do voto impresso não ser aprovado, é um escândalo", disse pedetista, que defendeu a demissão imediata do ministro. 

O pedetista ressaltou que ameaçar à democracia é "um dos crimes mais hediondos de um ministro de Estado, agravado se é titular da pasta da Defesa". "Como se a democracia fosse um território de milícia. O bolsonarismo corrupto e miliciano contaminou as Forças Armadas?", indagou o deputado.

 

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