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Comissão especial aprova distritão e volta das coligações
Politica

Comissão especial aprova distritão e volta das coligações

Câmara. Regras eleitorais
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Tipo Notícia

Por 22 votos a 11, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou ontem a PEC 125/11, da reforma política, que revoga, na prática, o segundo turno nas disputas, restabelece as coligações partidárias e institui o distritão.

Controverso, o distritão, dispositivo apoiado pela base do governo Bolsonaro no Congresso, torna majoritária a escolha de deputados estaduais e federais, ou seja, apenas os mais votados são eleitos.

Atualmente, esse modelo é proporcional, com quociente eleitoral e levando-se conta o voto em legenda.

A medida precisa ir a plenário ainda. Por se tratar de PEC, tem de ser aprovada em dois turnos, com 308 votos na Câmara e 49 no Senado.

Apenas dois cearenses fazem parte do colegiado que apreciou a proposta: Domingos Neto (PSD), que votou contra, e Júnior Mano (PL), que é suplente e não votou.

O POVO procurou Mano ontem à noite para comentar o assunto, mas não houve retorno.

Em entrevista recente, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se manifestou contrário ao distritão. O parlamentar fez uma defesa enfática do atual modelo e disse que, a depender dos senadores, não haverá mudança na forma da disputa eleitoral do ano que vem.

Ao O POVO, a maioria da bancada do Ceará já disse se opor ao distritão. Mesmo aqueles deputados mais alinhados com o governismo, como Heitor Freire (PSL), rejeitam o dispositivo.

A previsão é de que a PEC seja votada em plenário ainda nesta semana ou, no máximo, até o início da próxima. Para que tenha validade ainda nas eleições de 2022, é necessário que seja votada na Câmara e no Senado até o início de outubro. (Henrique Araújo)

 

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