Presente ao evento de entrega de 2,8 mil casas em Juazeiro do Norte com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ontem, a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse que "estamos vivendo estado de aberração no país".
"As pessoas são perseguidas e presas por exercer sua liberdade. Só funciona para um lado, para o outro, não", criticou Mayra, alvo de investigação na CPI da Covid.
Uma das defensoras das medidas adotadas pelo Governo durante a pandemia, como estímulo a medicamento sem eficácia comprovada contra a pandemia, Mayra se referia às decisões recentes do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, principalmente a que determinou a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson.
Presidente nacional do PTB, Jefferson é hoje um aliado do governo Bolsonaro. O ex-deputado foi alvo de pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Federal autorizado pelo STF.
Durante seu discurso no evento em Juazeiro do Norte, Bolsonaro não citou a decisão do Supremo, tampouco voltou a criticar ministros da Corte, como tem feito sistematicamente há quase um mês.
Embora tenha estado ao lado presidente durante a chegada do presidente ao município cearense, Mayra não dividiu o palco com o mandatário, deputados, vereadores e ministros.
Sobre a agenda cumprida pelo chefe do Executivo na cidade, a secretária respondeu que "é uma honra porque minhas origens são do Cariri, terra dos cearenses".
Questionada sobre planos para as eleições do ano que vem, disse: "Não estou pensando em 2022. No momento, a coisa mais importante é cumprir o que eu me determinei no Ministério da Saúde". (Henrique Araújo/enviado a Juazeiro do Norte)