A Igreja Betesda publicou em suas redes sociais no último sábado, 4, uma carta aberta em defesa da democracia diante do momento político difícil que está sendo vivido pelo País. O documento faz referência direta ao feriado do 7 de Setembro e aos riscos dos discursos do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores, definindo-os como "teorias da conspiração", "negacionismo" e "distorções da realidade".
Por meio do seu colegiado de pastores e pastoras, o templo cristão iniciou a nota pública afirmando que, ao longo de décadas, optou sempre por uma postura de isenção diante da política. No entanto, diante do crescimento de discursos autoritários por forças políticas do Governo Federal e de instituições religiosas, avaliou ter-se tornado necessário tomar a iniciativa.
"O Evangelho não se sujeita a um projeto institucional de poder, mas não deixa de se traduzir em consciência política e indignação frente à injustiça e às ameaças ao estado democrático de direito. Condenamos a evidente aliança entre pastores, pastoras e igrejas evangélicas com o projeto político que levou ao poder o atual Presidente da República", destaca a carta em um de seus trechos.
Além disso, a instituição religiosa aponta a importância da resistência e de posicionamentos historicamente defendidos por Jesus de Nazaré, como a luta contra a pobreza, a promoção dos direitos humanos e a defesa da liberdade de expressão e de culto, ao lado de minorias e suas lutas como a comunidade LGBTQIA , os povos indígenas e quilombolas, as pessoas negras e as mulheres.
"Condenamos a evidente aliança entre pastores, pastoras e igrejas evangélicas com o projeto político que levou ao poder o atual Presidente da República" Trecho da nota da Betesda
"Reputamos como escandalosa a adesão de evangélicos a um projeto autoritário, que se funda sobre o medo e a incerteza, às custas de teorias da conspiração, negacionismo e distorções mentirosas da realidade; tanto quanto o discurso que faz do armamento da população a garantia violenta de iberdade", reforça a instituição.
Quem assina a carta: Anderson Garcêz, Célia Aderaldo, Elienai Cabral Jr, Francisco Chagas, Francisco Eudes Venâncio, Gilmar Pacífico, Izaias Alves, James Cley, Jansen Viana, Johny Loiola, José Maria Uchôa, Leny Brito, Leonardo Cruz, Marcelo Filho, Marcelo Gomes, Márcio Cardoso, Mardes Silva, Mônica Moreira e Otacílio Pontes.