O dia de atos antidemocráticos em favor do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), em Fortaleza, começou nos arredores da Arena Castelão, por volta de 8 horas, com forte concentração de carros na avenida Alberto Craveiro.
A tônica dos cartazes foi de caráter golpista, com pedidos para o chefe do Executivo realizar uma "assepsia" nas instituições democráticas, a exemplo do Congresso e do STF, no sentido prático de fechá-los. O conteúdo dos atos se manteve na contramão das palavras "liberdade" e "Constituição", gritadas na forma de palavras de ordem e também escritas em faixas e cartazes.
Outras manifestações foram mais claras quanto à essência antidemocrática. "Liberdade não se ganha, se toma", apregoou um dos cartazes. A versão bolsonarista do funk "Baile de Favela" foi uma das músicas mais tocadas, com ofensas a mulheres de esquerda e a adversários políticos do mandatário.
O STF foi o alvo prioritário dos atos, com enfoque negativo dado aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, o atual e o futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), respectivamente. A pauta do voto impresso, já rejeitada no plenário da Câmara, foi a base para os ataques.
De diferentes modos, cartazes também estamparam o receio de que o País esteja sendo rondado por alguma espécie de ameaça comunista, sendo Bolsonaro o político que supostamente "salvará" o País deste regime. A partir disso sobraram ataques contra a China, principal parceira comercial do Brasil.
Na avenida Silas Munguba, o engarrafamento se concentrou no trecho que vai da Arena Castelão à Igreja Canaã. Entre 11h30min e 12 horas, os bolsonaristas se dirigiram para a Praça Portugal.