As manifestações no Brasil foram acompanhadas pela imprensa internacional, que repercutiu nas capas de seus sites reportagens sobre os atos de protesto e apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O New York Times mencionou que o presidente brasileiro tem caído nas pesquisas de opinião pública e enfrentado vários desafios legais, fazendo, mais uma vez, um paralelo com a história do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, de quem Bolsonaro sempre se disse um fã.
O britânico Financial Times destacou que milhares de pessoas nas maiores cidades do Brasil foram às ruas para demonstrar apoio ao presidente, num momento em que ele faz agressiva campanha contra o Supremo Tribunal Federal, que o acusa de abuso de autoridade.
No também britânico The Guardian, as manifestações no Brasil ocuparam a manchete do site, destacando que apoiadores de Bolsonaro enfrentaram a polícia em Brasília antes da manifestação, na tentativa de forçar o avanço ao Congresso. O movimento, diz o Guardian, coloca a maior democracia da América Latina em risco.
Em análise publicada ontem, o francês Le Monde afirmou que o resultado do feriado da Independência no Brasil, este ano, é "totalmente imprevisível". Segundo a publicação, o País corre o risco de ver atos de vandalismo inspirados na invasão do Capitólio, nos Estados Unidos. Citando a possibilidade de ruptura institucional, o jornal também destacou o "ultimato" dado por Bolsonaro à Praça dos Três Poderes.
O Le Monde atribui as ameaças de Bolsonaro a seu resultado nas pesquisas de intenção de voto para 2022, em que ele aparece em desvantagem em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O argentino Clarín sublinhou que as demandas empunhadas pelo bolsonarismo, sobretudo o impeachment de ministros do STF, têm "conotações antidemocráticas", e destacou trechos do discurso do presidente em que ele afirmou que "hoje começa a ser escrita uma nova história no Brasil".
A agência alemã Deutsche Welle, além de destacar as manifestações pró-Bolsonaro, ressaltou que figuras proeminentes de esquerda têm afirmado que o presidente planeja um golpe antes das eleições do ano que vem.
A Al Jazeera, maior conglomerado de mídia em língua árabe do mundo, destaca que as manifestações ocorrem num momento em que a popularidade de Bolsonaro está em baixa e o presidente tenta energizar sua base de extrema-direita em meio ao risco de violência entre apoiadores e oponentes. (Agência Estado)