O presidente do PT em Fortaleza, deputado estadual Guilherme Sampaio, afirmou na última quinta-feira, 9, que o partido não deve participar do protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), marcado para o próximo domingo, dia 12 de setembro. A organização é do Movimento Brasil Livre (MBL), do Vem Pra Rua e do Juventude Livre.
Segundo o parlamentar, o partido "não tem a tratativa" de integrar as manifestações, estando a legenda mobilizando outro ato para a próxima terça-feira, 14, com partidos progressistas e movimentos sociais.
"Dia 14 temos esse ato contra a proposta de reforma administrativa. Todas as nossas atividades relativas à denúncia do governo Bolsonaro são decorrentes das tratativas do movimento Fora, Bolsonaro, que reúne partidos progressistas e movimentos sociais", disse.
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"Enquanto partido, não. Não vamos participar", reforçou o deputado federal José Guimarães (PT). Em entrevista ao site 360, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), disse que a sigla também não foi convidada para se unir às manifestações e, por isso, não participará dos protestos.
“Essas manifestações já estavam sendo convocadas pelo MBL. Nós não estamos convocando. Também não temos problema nenhum com quem vai participar e não proibimos a participação. Nós precisamos reunir o campo democrático e fazer uma construção conjunta. O principal é isso. Não é uma adesão, mas um caminhar conjuntamente. Caminhar ao lado das forças que querem defender a democracia”, disse a deputada petista.
A executiva nacional do Psol se reuniu na tarde dessa sexta-feira, 10, para tratar da questão. Em Fortaleza, segundo o deputado estadual Renato Roseno, a tendência é construir "algo nesses moldes mais amplos" no aniversário da Constituição, no dia 5 de outubro.
O presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, confirmou que o partido não vai aderir aos atos do dia 12 de setembro, convocados pelo MBL, contra Bolsonaro. De acordo com o dirigente, o partido não deve comparecer porque as manifestações não “foram construídas juntas”.
Em nota oficial na quarta-feira 8, o MBL mudou o tom e convocou “todos os partidos, lideranças civis e agremiações, desde que respeitem a necessidade de deixarem suas pautas particulares e suas preferências eleitorais fora do ato para nos unirmos pelo impeachment”. Antes, o grupo havia adotado o slogan “Nem Lula, nem Bolsonaro” para chamar os atos.
A decisão aconteceu após após os últimos ataques do chefe do Executivo nacional contra o Supremo Tribunal Federal e, em especial, ao ministro da Corte Alexandre de Moares, durante ato pró-governo no 7 de setembro.