Presidente da Aspramece, o advogado e militar da reserva P. Queiroz reclamou, em conversa com o O POVO, que os deputados estaduais poderiam estar ocupados de atividades mais relevantes, como a de encontrar meio para deter as facções criminosas. As discordâncias sobre a utilidade pública da CPI têm sido costumeiramente manifestadas por líderes da oposição, no Legislativo estadual e fora dele, como pelos aliados Soldado Noelio e Capitão Wagner, respectivamente.
O POVO: O senhor recebeu alguma notificação para depor? E como observa o trabalho da CPI?
Queiroz: Querem que eu diga, apesar de ser redundante, estão solicitando nominalmente as receitas que foram apuradas, mês a mês, durante toda a existência da Aspramece (fundada em 2001; requerimento pede informações de 2010 a 2020). Acho meio esdrúxulo, eles podiam fazer outras coisas.
O POVO: O senhor vai reunir essas informações a partir da fundação?
Queiroz: Sobre os últimos cinco anos é dever de ofício. Todo aquele que lida com dinheiro, mesmo que privado, deve guardar os exercícios dos últimos cinco anos. Daí para trás eu não vou me preocupar, não. Se a lei fiscal só me exige os últimos cinco anos, só vou me apresentar os últimos cincos.
O POVO - As diretorias das associações já se reuniram para discutir a CPI? Vocês têm um entendimento coletivo sobre ela?
Queiroz - Para ser franco, não houve ainda uma reunião com as associações que foram relacionadas por essa CPI. O que eu observei, digo isso com muita franqueza é que - além de ser de militar reserva, também sou advogado militante - os parlamentares pegaram o rol das associações que participaram daquela mesa no final de 2019. As mesmas entidades da Ação Civil Pública (do MP do Ceará) são as mesmas da CPI. Alguns acham que é a base eleitoral e financeira das campanhas dele (Wagner). O objetivo da CPI é tentar minar ou destruir um candidato que está ameaçando o governo em 2022.