Manifestantes de oposição ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) realizam, neste sábado, 2, protestos em todo Brasil contra o presidente da República. Em Fortaleza, movimentos sociais, partidos de oposição e centrais sindicais se reúnem para um ato partindo da Praça Clóvis Beviláqua (Praça da Bandeira), em direção à Praça do Ferreira, ambas no Centro. A concentração está marcada para as 8 horas da manhã.
Na capital cearense, o ato terá a participação de lideranças dos partidos de oposição a Bolsonaro, como o PT, Psol, PCdoB, PDT, PCB e UP. Atuando na organização, também integram a mobilização diversos movimentos sociais, como a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas e o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC-Sindicato).
A ida às ruas visa protestar contra os mais recentes ataques antidemocráticos proferidos por Bolsonaro nos atos no último dia 7 de setembro. Entre as principais bandeiras, está a luta contra os cortes na saúde e educação, as privatizações, a má condução do Governo Federal durante a pandemia da Covid-19, o desemprego, e a alta dos preços dos alimentos, do gás de cozinha e da conta de luz.
Em Fortaleza, a manifestação deve contar com discursos de políticos da oposição. Intervenções culturais serão feitas pelas ruas e avenidas do Centro. No Ceará, outras seis cidades do Interior já confirmaram atos “Fora, Bolsonaro” no dia 2: Iguatu, Juazeiro do Norte, Sobral, Viçosa do Ceará, Russas e Canindé.
“Conclamamos todos os movimentos, organizações, ativistas e a população cearense a se somar na pressão pelo fim deste desgoverno e na luta que unifica todos nós: pelo ‘fora Bolsonaro’ e pelo impeachment. Somente com a pressão das ruas vamos conseguir impedir que Bolsonaro continue atacando nossos direitos, as liberdades, a democracia e a soberania”, diz o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará, Wil Pereira.
Nericilda Ramos, da Frente Povo Sem Medo, avalia que o ato deste sábado conseguiu uma ampla construção envolvendo setores populares, movimentos sociais e partidos do campo da esquerda e centro-esquerda. “Ninguém aguenta mais este governo. Se aproxima o Natal e as condições de vida do povo só pioram. Essa maioria popular indignada se expressará nas ruas dia 2. Essa pressão popular é a força necessária para termos um Brasil livre de Bolsonaro”, afirma.
Em todo o Brasil, além do "Fora, Bolsonaro e impeachment já", os manifestantes também devem reforçar críticas à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/2020, da Reforma Administrativa. Nas últimas semanas, entidades realizaram uma série de mobilizações dos servidores públicos para tentar barrar a votação e a tramitação da proposta.
Segundo o presidente do Adufc, Bruno Rocha, a luta contra a PEC endossa a mobilização para o "Fora, Bolsonaro". “A PEC 32 nega o acesso da população brasileira a serviços básicos e essenciais como saúde, educação, segurança e assistência social. E estamos numa luta incansável e ininterrupta contra mais esse ataque à sociedade brasileira", diz o docente.
Na última quinta-feira, 27, a Adufc sediou, em Fortaleza, a última reunião para a construção local do "Dia Nacional pelo Fora Bolsonaro e Mourão". O encontro contou com a representação de instituições sindicais, estudantis e movimentos sociais e serviu de base para a organização dos atos deste sábado. Até a última quinta-feira, 30, já havia mais de 215 atos confirmados em mais de 207 cidades brasileiras e pelo menos 20 no exterior.
A manifestação deste sábado contra Bolsonaro é a sexta a ser realizada em 2021. Protestos já ocorreram nos dias 29 de maio, 19 de junho, 3 de julho, 18 de agosto e 7 de setembro (Marcha dos Excluídos).