Quatro dias depois de o pré-candidato Ciro Gomes suspender candidatura pelo PDT ao Planalto como reação à posição da bancada do partido na votação da PEC dos Precatórios, apenas um parlamentar do Ceará alterou o voto.
Um dos quatro nomes favoráveis à proposta que cria uma folga no orçamento, beneficiando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, Leônidas Cristino garante ter mudado de ideia.
“Minha convicção está formada sobre a PEC dos precatórios: defenderei dentro do partido o voto contra no 2º turno”, informa o pedetista em contato com a coluna.
Questionado sobre o que teria pesado para fazê-lo mudar de posição entre uma votação e outra – o segundo turno está marcado para esta terça-feira, 9 –, Cristino afirmou:
“Na primeira votação apostamos num caminho alternativo para diminuir os danos que a proposta original causaria. Vemos agora com muita clareza que não teremos essa garantia”.
No primeiro turno, votaram a favor da emenda constitucional André Figueiredo, Eduardo Bismarck, Robério Monteiro e o próprio Leônidas Cristino, que, do grupo, é um dos mais próximos de Ciro. Também pedetista, Idilvan Alencar foi o único voto “não” do partido na bancada do Ceará.
À reportagem, Bismarck reafirmou o teor do seu voto, que deverá repetir no segundo turno. Sobre possíveis reconsiderações de postura entre colegas de legenda, o deputado diz: “Até o momento não me consta nenhuma mudança de voto”.
Na última quinta-feira, 4, horas depois da aprovação da PEC por 312 votos a favor e 144 contrários, Ciro escreveu nas redes sociais: “Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios”.
Em seguida, anunciou que suspenderia a pré-candidatura à Presidência até a data do segundo turno, marcado para amanhã.
Deputado federal e presidente estadual do PDT, André Figueiredo confirma reunião da bancada da sigla com dirigentes do partido amanhã, às 12 horas.
Do total de parlamentares trabalhistas na Câmara, 21 estiveram presentes à sessão da última quinta (três se ausentaram), 15 disseram “sim” à PEC e 6 foram contra.