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"Com RC não tenho a menor condição de fazer aliança", diz Eunício
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"Com RC não tenho a menor condição de fazer aliança", diz Eunício

| 2022 | Em palanque com Camilo, o emedebista falou da possibilidade de aliança com o bloco do governador, mas vetou ex-prefeito
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EUNÍCIO defende candidatura de Izolda (Foto: Barbara Moira, em 25/11/2022)
Foto: Barbara Moira, em 25/11/2022 EUNÍCIO defende candidatura de Izolda

Voltando a frequentar palanques com o governador Camilo Santana (PT) na última semana, o ex-senador Eunício Oliveira (MDB) não descarta integrar o bloco de alianças do petista na eleição de 2022 no Ceará, mas disse não ter "a menor condição" de apoiar uma candidatura de Roberto Cláudio (PDT) na disputa do próximo ano pelo Palácio da Abolição.

"Com o Roberto Cláudio eu não tenho a menor condição de fazer aliança política. Quando você faz, o próprio nome diz, é uma aliança. Então você tem que confiar em alguém. E eu, com todo o respeito, não confio em uma aliança para ungir o senhor Roberto Cláudio a qualquer cargo público", disse na quinta-feira, 25, em evento com Camilo em Limoeiro do Norte.

Eunício diz que o "veto" ocorre pois o ex-prefeito teria, segundo ele, trabalhado ativamente para que ele fosse derrotado por Eduardo Girão (Podemos) na eleição de 2018 para o Senado. "O seu Roberto Cláudio, cumprindo talvez determinação do chefe deles, que é o Ciro, é quem criou todo esse imbróglio, que usou todo o poderio da máquina municipal, para tirar a eleição de senador do Eunício na Capital. Eu ganhei em 173 municípios, mas perdi em Fortaleza".

Apesar das críticas ao pedetista, hoje considerado favorito para liderar o bloco governista na disputa de 2022, o líder emedebista diz ter relação "mais que política" com Camilo Santana, e que ainda irá conversar com ele para as eleições de 2022. "Temos uma relação pessoal (...) é preciso conversar, e até março teremos essa condição de conversar", diz.

Ainda falando sobre 2022, Eunício não descarta nem se lançar ele próprio ao Governo, colocando como condição apenas que o PT do Estado apoie a sua candidatura. "Se o PT quiser um palanque puro e um candidato a governador, eu sou candidato a governador pelo Lula (...) aliança minha com o PT hoje só dependeria do PT", diz.

Eunício é o segundo político de expressividade na base de Camilo a falar em um veto específico contra Roberto Cláudio para a eleição de 2022. No início de outubro, a deputada Luizianne Lins (PT) disse não ter qualquer problema em apoiar um candidato do PDT ao Governo do Ceará, com exceção ao nome do ex-prefeito, adversário político dela em Fortaleza.

"Nós já temos vetos concretos, conversados e ditos. Roberto Cláudio hoje não passa nem entre os deputados, nem entre vereadores, nem entre militância, eles não querem o Roberto Cláudio", disse Luizianne. "Por tudo que ele fez e não fez, até porque ele poderia ter feito a diferença aqui na eleição do Haddad em Fortaleza, e não mexeu uma palha", diz.

A fala da petista gerou reação do líder maior do PDT do Ceará, Cid Gomes, que saiu em defesa de RC. "Me perguntaram que fulana de tal disse que não aceita não sei quem. Direito dela. Eu respeito, cada um tem sua opinião e eu respeito todas. Discordo, e acho que ninguém tem direito de vetar ninguém. Se vamos fazer composição, temos que fazer isso respeitando as vozes de todo mundo", disse, durante evento do partido em Crateús no fim de outubro.

Roberto Cláudio, por sua vez, tem evitado fazer polêmicas ao falar sobre PT e PDT no Ceará. "O esforço do PDT todo é no sentido de que a gente caminhe juntos, para que a gente possa assegurar, mais do que a aliança em si, que o Ceará não dê passos para trás", diz, destacando que momento no Estado agora é de "união" entre forças progressistas.

Apesar da "torcida contra" de Luizianne e Eunício, RC segue como um dos favoritos a disputar pelo PDT em 2022. Prefeito de Fortaleza entre 2013 e 2020, RC é considerado o "candidato natural" à sucessão de Camilo por ter deixado o governo elegendo o sucessor, José Sarto (PDT), e com uma gestão bem avaliada em pesquisas de opinião, principalmente na área de mobilidade urbana. O pedetista, no entanto, acumula também uma série de desgastes acumulados ao longo dos oito anos de gestão na Capital. (colaborou Luciano Cesário)

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