O governador Camilo Santana (PT) informou, em uma circular, que os secretários de governo e os dirigentes de órgãos vinculados que pretendam disputar mandatos nas eleições devem se desincompatibilizar até o fim deste ano. A ação possibilitaria uma minirreforma na equipe do Palácio Abolição já em janeiro de 2022. A informação foi confirmada ao O POVO pela Casa Civil.
De acordo com a regra eleitoral, a desincompatibilização deve ocorrer até seis meses antes das eleições, ou seja, até abril do ano que vem. A ideia da antecipação, segundo o governo, seria dar mais tempo aos substitutos para se aprofundarem em ações e programas das secretarias e evitar a descontinuidade de projetos em andamento.
O próprio governador, cotado para disputar vaga no Senado em 2022, tem que desincompatibilizar até abril próximo, caso queira entrar disputa pelo Legislativo Federal.
Com a determinação, nomes como Zezinho Albuquerque (Cidades), Artur Bruno (Meio Ambiente), Inácio Arruda (Ciência, Tecnologia e Educação Superior), Lia Gomes (secretária executiva de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos da SPS) e Francisco De Assis Diniz (Desenvolvimento Agrário) cotados para a disputa eleitoral, poderiam anunciar a saída da gestão ainda em dezembro.
Outra possível consequência da determinação do governo é que o deputado federal Mauro Filho (PDT), com passagens pela Secretaria de Planejamento e Gestão e atualmente licenciado do órgão, pode não voltar a assumir a Seplag na gestão Camilo.
Via assessoria de imprensa, Lia Gomes informou que sairá candidata a deputada estadual em 2022 e deixará o cargo na SPS. A secretária já havia concorrido à Assembleia Legislativa (AL-CE) em 2018, pelo PDT.
Filiado ao PT, Francisco De Assis Diniz também confirma que é pré-candidato a deputado estadual e deixa a SDA ainda em dezembro. “Estou aqui para acatar as decisões de Camilo Santana e não me cabe questionar o governador”, diz Assis sobre circular do poder Executivo estadual. Com a saída antecipada, o secretário afirma que ganha liberdade e tempo para trabalhar na própria campanha.
Artur Bruno, por sua vez, indica que aposentou-se da vida parlamentar e continua no governo “enquanto Camilo deixar”. Situação semelhante à de Inácio Arruda, que afirmou não ter pretensão de lançar candidatura, mas depende da decisão de seu partido, o PCdoB.
"As convenções eleitorais irão se realizar na 2ª quinzena de julho. No meu caso, não tenho pretensão pessoal, sou militante do PCdoB, e é o partido que irá decidir a lista de candidatos aos cargos em disputa em sua convenção", diz Inácio. (colaboraram Henrique Araújo e Vítor Maglhães)