Embora se trate de disputas diferentes, uma local e outra nacional, as eleições para o Governo do Estado e para a Presidência se sobrepõem em muitos momentos. E o desempenho dos candidatos ao Planalto se reflete noutras arenas, influindo nas trajetórias dos postulantes aos demais cargos, seja no Executivo, seja no Legislativo.
No Ceará, mesmo com aliança governista costurada por Camilo Santana (PT), a cabeça da composição é ocupada pelo PDT, que já apresentou quatro nomes: a vice Izolda Cela, o deputado federal Mauro Filho, o deputado estadual Evandro Leitão e o ex-prefeito Roberto Cláudio.
Todos do mesmo partido de Ciro Gomes, cuja performance nas pesquisas de intenção de voto vem caindo desde a entrada do ex-juiz Sergio Moro no cenário, como atesta sondagem mais recente, divulgada antes de ontem, da Genial/Quaest.
O quadro preocupa – ou ao menos deveria preocupar os pedetistas –, sobretudo porque a legenda pretende conduzir o bloco que certamente servirá como palanque de Ciro no estado.
Mas, com Ciro amargando índices mais baixos a cada levantamento e vendo-se ultrapassado por Moro, o risco é o de esse viés descendente acabar por contaminar também o nome governista na briga pelo Abolição.
Como disse, as eleições são diferentes, mas se tocam em muitos pontos da campanha.
Olhando-se o movimento por outro ângulo, é possível que um representante, entre as candidaturas mais bem posicionadas na disputa nacional, se apresente no pleito estadual com boas chances.