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Congresso impõe fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões
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Congresso impõe fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões

| Maior cifra da história |
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No ano eleitoral de 2022, os partidos terão o maior volume de dinheiro público da história para financiar campanhas políticas. Em uma época marcada por discussões sobre falta de recursos para pagar auxílio aos mais pobres, parlamentares decidiram ontem abrir caminho para uma despesa de R$ 5,7 bilhões.

A quantia pode ser usada para pagar, por exemplo, viagens de candidatos, contratação de cabos eleitorais e publicidade nas redes. Soma-se a esse valor R$ 1,1 bilhão de outro fundo público, que banca estruturas partidárias, mas também abastece candidaturas.

Para chegar a essa cifra o Congresso derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao aumento do fundo eleitoral, inicialmente previsto em R$ 2,1 bilhões. Com isso, as legendas terão quase o triplo dos recursos a elas destinados nas últimas eleições, no ano passado, quando foram reservados R$ 2 bilhões para o mesmo fim. Em 2018, na primeira vez em que as campanhas foram irrigadas com o fundo público, o valor foi de R$ 1,8 bilhão.

Embora Bolsonaro tenha barrado o dispositivo que permite aumentar o fundo eleitoral, o governo lavou as mãos e liberou aliados para derrubar o veto. A liderança do governo deixou de orientar a votação, permitindo que os parlamentares se posicionassem como quisessem. Resultado: a Câmara rejeitou o veto do presidente pelo placar de 317 a 146. O Senado confirmou logo depois a decisão da Câmara, por 53 a 21.

No PL, novo partido de Bolsonaro, apenas dois dos 40 deputados presentes foram contra aumentar o fundo eleitoral para 2022: Paulo Freire Costa (SP) e Policial Katia Sastre (SP). No Senado, Flávio Bolsonaro (RJ) e Jorginho Melo (SC) votaram para manter o veto presidencial.

Outras siglas que lançaram pré-candidatos ao Planalto também foram a favor do fundo eleitoral turbinado. No PT do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, principal adversário de Bolsonaro, 49 dos 51 deputados votaram para derrubar o veto.

O MDB, que lançou a senadora Simone Tebet (MS), deu 29 votos a favor do aumento no fundo eleitoral. Já no PSDB do governador João Doria a maioria dos deputados votou contra, embora o líder da bancada tenha orientado a favor de mais recursos para campanhas.

O Podemos, partido do ex-ministro Sergio Moro, foi um dos seis contrários ao "fundão" de R$ 5,7 bilhões na Câmara. Psol, Novo, Cidadania, Rede e PSL também se opuseram. No Senado, o PSL orientou a favor. "Eu não disputarei as eleições em 2022. Estou fazendo isso não por mim, mas pelos outros", disse a líder da legenda da Casa, Soraya Thronicke (MS).

O próximo passo será incluir o valor final do "fundão" no Orçamento de 2022, que tem votação prevista para a semana que vem. Para compensar o aumento cobiçado, parlamentares pretendem tirar recursos do orçamento da própria Justiça Eleitoral. Caso não consigam, uma alternativa pode ser a redução de recursos das emendas de bancada. (Agência Estado)

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