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Caso Ronivaldo: Vítima não quis chamar polícia por medo de repercussões
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Caso Ronivaldo: Vítima não quis chamar polícia por medo de repercussões

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Vítima da tentativa de feminicídio envolvendo o vereador Ronivaldo Maia (PT) não quis inicialmente chamar as autoridades nem prestar queixa por temer repercussões do caso em sua própria vida. A informação consta no inquérito policial do caso, anexado no último fim de semana no processo citando o vereador em tramitação na Justiça do Ceará.

No relatório final do inquérito, a delegada Manuela Lima da Costa registra que a vítima, após a agressão, disse que não teria chamado a polícia se algum dos vizinhos não tivesse tomado essa iniciativa. “Perguntada o motivo dessa declaração, disse que por ele ser uma pessoa pública isso iria ‘respingar em mim’”, diz.

A delegada relata ainda que a vítima, se não fosse pela denúncia anônima, teria procurado auxílio médico e afirmado que tinha sido atropelada não por Ronivaldo, mas por um desconhecido. “Sei que não deveria dizer isso, mas é para evitar um transtorno na minha vida e não para protegê-lo”, informa ainda a vítima, segundo relato da delegada.

Em defesa preliminar apresentada na última quinta-feira, os advogados de Ronivaldo Maia citam inclusive a resistência da vítima em prestar queixa como forma de negar a intenção de matar no caso.

“Embora a vítima tenha declarado não querer impulsionar a persecução penal contra o Defendente, tampouco pleitear quaisquer medidas protetivas, consciente do que efetivamente ocorreu e conforme consta nos próprios autos, o Ministério Público do Estado do Ceará entendeu por denunciar o réu”, diz.

O argumento volta a aparecer em outro momento na peça. “Havendo elementos suficientes nos autos, como os depoimentos das testemunhas e da própria ofendida, que, repita-se, sequer pretendia levar adiante uma acusação contra o Defendente, forçoso concluir que os resultados provocados na vítima não se deram de forma dolosa, ainda que, com a remessa dos autos ao juízo singular”.

 

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