Aliados do governador Camilo Santana (PT) rebateram, nesta terça-feira, 11, Jair Bolsonaro (PL) após o presidente atacar atuação do petista no enfretamento da Covid-19 no Ceará. Em entrevista à TV Jovem Pan, o chefe do Executivo Federal acusara um dia antes "governadores petistas" de praticarem "algo de assombrar" na pandemia, referência às medidas de isolamento rígido, como o lockdown.
Em publicação nas redes sociais, o deputado federal e pré-candidato ao governo estadual pelo PDT, Mauro Filho, afirmou que Camilo "continua um exemplo de liderança política no combate à pandemia".
"Sempre com medidas firmes, priorizando a vida e o bem-estar de todos, pautado pela ciência, não por achismos. Vamos seguir trabalhando, o povo reconhece todos os esforços empregados", escreveu.
O governador @CamiloSantanaCe continua um exemplo de liderança política no combate à pandemia. Sempre com medidas firmes, priorizando a vida e o bem-estar de todos, pautado pela ciência, não por achismos. Vamos seguir trabalhando, o povo reconhece todos os esforços empregados.
— Mauro Benevides Filho (@mauro_bfilho) January 11, 2022
Também nas redes sociais, o vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista (PSB), afirmou que o Brasil "tem um presidente que não honra nossa tradição de respeito às instituições, não segue a liturgia do cargo e que é a favor da seleção (radical) darwiniana", ou seja, "contra a vacina e a ciência". O político prosseguiu e acusou Bolsonaro de ser "defensor do autoritarismo mais senil e tacanho" e "defensor abertamente da violência".
"Não tem projeto e visão estratégica, está destruindo as políticas públicas de educação, saúde, ciência e tecnologia, cultura, meio-ambiente e a economia", continuou Élcio. Segundo ele, as críticas são um "exemplo diametralmente oposto a tudo que representa Bolsonaro". "Estes ataques são para manter a claque dele ativa e engajada", finalizou.
defensor do autoritarismo mais senil e tacanho; defensor abertamente da violência; que não tem projeto e visão estratégica; que está destruindo as políticas públicas de educação, saúde, ciência e tecnologia, cultura, meio-ambiente e a economia;
— Élcio Batista (@elcioelcioelcio) January 11, 2022
Pois bem, eis que ele decide atacar o Governador Camilo, um exemplo diametralmente oposto a tudo que representa Bolsonaro. Estes ataques são para manter a claque dele ativa e engajada.
— Élcio Batista (@elcioelcioelcio) January 11, 2022
Na última segunda-feira, 10, o prefeito José Sarto (PDT) também se manifestou em tom crítico ao presidente da República. "De assombrar é estimular o uso de medicamentos sem comprovação científica, ir contra o uso de máscara, provocar aglomerações no auge da pandemia, boicotar e atrasar aquisição de vacinas, aproveitar todas as oportunidades para desencorajar a população a se imunizar contra a Covid", disse o pedetista, via Twitter. A defesa por parte do Executivo municipal deve-se porque, no Ceará, PDT e PT são aliados deste 2006.
Não é a primeira vez que Bolsonaro levanta críticas ao governo cearense. Em agosto de 2020, durante visita ao Ceará e junto à sua comitiva para desembarcar no município de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, Bolsonaro disse que Camilo atuou de forma "criminosa e maldosa" ao decretar as medidas sanitárias, como lockdown e isolamento social.
Nessa segunda, ao atacar os governadores petistas e "outros estados de esquerda", como também é o caso de Rui Costa, da Bahia, o presidente se considerou "a pessoa mais importante do Brasil" no momento, por ter evitado que Brasil estivesse em situação semelhante à Venezuela.
“Eu acredito que sou a pessoa mais importante do Brasil no momento. Se tivesse no meu lugar um petista, eu acho que esse Brasil já era uma Venezuela”, disse. Ele também reforçou críticas contra governadores. “O que os governadores petistas fizeram nos seus estados foi algo de assombrar, como na Bahia e em outros estados de esquerda também, como Ceará”, acrescentou.