A resolução aprovada pelo diretório estadual do PT no Ceará no sábado, 29, considera indissociável "derrotar o bolsonarismo" no Ceará e no Brasil. Nesse sentido, reforça a construção de ampla aliança para as eleições de 2022 no Estado, "que reafirme a coesão da base de sustentação do governador Camilo Santana".
O texto aponta que o fato de aliados no Estado terem outros candidatos a presidente não é impeditivo à coligação estadual. "Eventuais candidaturas à Presidência da República de outros partidos integrantes da coalizão, situam-se no âmbito das aspirações legítimas dos partidos", diz a resolução.
Na mesma reunião, todavia, foi aprovado também um segundo documento: a moção de solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por "repetidos ataques e agressões" deferidos contra o petista pelo pré-candidato do PDT a presidente, Ciro Gomes. As candidaturas de Ciro e Lula são fator de tensão para a aliança no Ceará. O lançamento da candidatura do PDT, há duas semanas, teve várias críticas a Lula e ao PT, o que gerou resposta de alas petistas no Ceará. Na sexta-feira, 28, Camilo rebateu. "Eu nunca fiz um governo que procurasse atender grupos ou alas partidárias."
"O Diretório Estadual do PT Ceará vem a público, mais uma vez, expressar sua mais irrestrita solidariedade ao Presidente Lula diante dos repetidos ataques e agressões deferidas pelo Sr. Ciro Gomes", diz o documento.
O diretório petista destaca ainda que os ataques contra Lula feitos pelo pedetista "alimentam preconceitos e os instintos reacionários que dão sustentação ao ódio fascista até ameaça nossa ainda frágil democracia".
Quanto à relação entre petistas e pedetistas no Ceará, a resolução do diretório afirma que o PT participará da interlocução ao lado do governador Camilo Santana e destaca que a relação com aliados será pautada "pela reciprocidade de tratamento na convivência democrática".
A resolução, além de apontar Camilo Santana como candidato ao Senado, destaca que os nomes de candidatos a governador e vice-governador deverão ser definidos em comum acordo. E ainda aponta condições para viabilizar a aliança: "(...) a capacidade de agregar aliados, de exercitar o diálogo e a convivência democrática, o respeito a outras candidaturas presidenciais e o conhecimento e comprometimento com o projeto administrativo em curso no Ceará são pré-condições na definição dos nomes a compor a chapa para governador e vice, a serem apreciados, em comum acordo, no momento oportuno."
Com pré-condições, o documento reconhece o papel da coalizão para o sucesso da gestão petista de Camilo, "reforçando a sua manutenção para derrotar o fascismo, evitar retrocessos no estado e assegurar as atuais e novas conquistas de melhorias de vida para o povo cearense", diz a resolução. (Colaborou Érico Firmo)