Em live com o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) na noite de ontem, o senador Tasso Jereissati (PSDB) elogiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e criticou o atual chefe do Planalto, Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de "retrocesso civilizatório".
"Quando vejo hoje ainda essa negação à vacina, é um retrocesso civilizatório. Não é pouca coisa, sair de um governador bom para um governador ruim, um presidente bom pra um presidente ruim. É retrocesso que estamos vivendo. Eu me revolto", declarou o ex-governador do Ceará.
Em conversa com Ciro, amigo e antigo aliado, Tasso afirmou que a conduta antivacina de Bolsonaro é criminosa e que não tem justificativa. "Eu digo como meus netos: só pode ser uma pessoa do mal. Não é ideológico, é do mal mesmo", apontou.
O tucano traçou uma linha divisória entre Bolsonaro e Lula, ambos alvos frequentes das críticas de Ciro. "Quando falo de ignorância, é uma ignorância de raiz, porque evidentemente o Lula não era um cara letrado, de formação acadêmica", avaliou Tasso, "mas é um homem que tem uma percepção da vida, da realidade, do bom-senso".
"O Jair Bolsonaro, não", continuou, "ele não tem o mínimo de bom-senso, de respeito, de empatia. Ele é um psicopata."
Tasso enfatizou que o grupo político do qual faz parte tem de "fazer um esforço muito grande pra que homens como Bolsonaro não voltem para governar esse país", de modo a evitar o "retrocesso político, moral, de valores".
Em seguida, disse acreditar que, nas eleições de 2018, as polícias militares tiveram papel importante na vitória de Bolsonaro. "Houve uma participação muito grande das PMs (na eleição). Em cada município, o quartelzinho da PM era como se fosse um diretório de um partido. O policial numa cidade de 10 mil habitantes é a autoridade", respondeu.
Instado a falar sobre as perspectivas para 2022, Tasso acrescentou: "A percepção que eu tenho é de que Bolsonaro vai fazer qualquer coisa pra não perder a eleição. Isso faz com que eu tenha preocupação com este ano e o ano que vem. Porque o presidente que assumir isso vai ter que estar disposto a enfrentar um quadro muito difícil".