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EUA adotam sanções contra zonas separatistas e potências ocidentais ameaçam punir Rússia
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EUA adotam sanções contra zonas separatistas e potências ocidentais ameaçam punir Rússia

| REAÇÃO | Estados Unidos, França e Alemanha dizem que postura da Rússia não ficará sem resposta. Estados Unidos aplicam sanções a regiões separatistas e devem anunciar hoje medidas contra o regime russo
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Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP)
Foto: ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP Vladimir Putin, presidente da Rússia

Os Estados Unidos vão impor novas sanções à Rússia nesta terça-feira, após resposta cautelosa à ordem de Moscou de enviar tropas para duas regiões pró-Rússia da Ucrânia, disse uma fonte da Casa Branca.

"Planejamos anunciar novas sanções à Rússia amanhã (hoje) em resposta às decisões e ações que Moscou tomou hoje )ontem). Estamos coordenando o anúncio com nossos aliados e parceiros", declarou um porta-voz da Casa Branca. Na segunda-feira, a posição era de indicar que um diálogo é possível "até que os tanques avancem".

O presidente americano, Joe Biden, impôs sanções a dois territórios controlados por pró-Rússia na região ucraniana de Donbass, mas um funcionário do alto escalão americano não quis no primeiro momento chamar de invasão a ordem de Putin de enviar tropas às duas regiões separatistas "para manter a paz", o que levaria a sanções ocidentais mais amplas e duras contra Moscou.

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e a adoção de sanções europeias direcionadas à Rússia. "Claramente uma violação unilateral dos compromissos internacionais da Rússia e um ataque à soberania da Ucrânia", descreve comunicado emitido pelo Palácio do Eliseu.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, Macron e Biden, destacaram que reconhecer a independência das regiões rebeldes do leste da Ucrânia "não ficará sem resposta", segundo o porta-voz do governo alemão.

Os três líderes "estão de acordo em que esta medida unilateral da Rússia constitui uma violação clara" dos acordos de paz de Minsk para solucionar o conflito ucraniano, disse Steffen Hebestreit em comunicado publicado após conversa entre os presidentes.

"Iremos avaliar o que a Rússia fez", declarou um funcionário do alto escalão do governo dos Estados Unidos, enfatizando que as forças russas já foram mobilizadas de forma encoberta nas zonas separatistas por oito anos. "A mobilização de tropas russas em Donbass não seria um passo novo", ressaltou. "Continuaremos buscando a diplomacia até que os tanques avancem."

Joe Biden emitiu uma ordem executiva para "proibir novos investimentos, comércio e financiamento de pessoas dos EUA para, de ou nas chamadas regiões DNR [Donetsk] e LNR [Lugansk] da Ucrânia", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.

Ela detalhou que essas medidas "são independentes e se somariam às sanções econômicas rápidas e severas" que Washington tem "preparadas em coordenação" com seus aliados ocidentais, "se a Rússia invadir ainda mais a Ucrânia".

O anúncio de Putin ocorre enquanto os ocidentais temem uma invasão iminente da Ucrânia, em cuja fronteira foram posicionados mais de 150 mil soldados russos, que estão em compasso de espera há cerca de duas semanas, segundo Washington.

A Casa Branca classificou o reconhecimento pela Rússia da independência das regiões separatistas da Ucrânia como uma "violação flagrante" de seus compromissos internacionais.

Os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk já possuíam relações extremamente limitadas com os Estados Unidos, mas estas sanções anunciam uma nova fase que poderia derivar no enfrentamento mais perigoso entre o Ocidente e Moscou desde a queda da União Soviética.

A decisão de Putin de reconhecer estas duas regiões separatistas da Ucrânia como independentes contradiz "o compromisso da Rússia com a diplomacia" e merece uma resposta "rápida e firme", disse mais tarde nesta segunda o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Biden lidera uma coalizão de países europeus e outros aliados dos Estados Unidos para montar um pacote do que consideram que serão sanções econômicas paralisantes contra a Rússia caso as tropas concentradas na fronteira com a Ucrânia iniciem um ataque.

Embora o Kremlin tenha negado durante semanas qualquer plano de invasão, paralelamente acumulou uma enorme concentração de tropas e armamento pesado em três frentes da Ucrânia.

Pouco após reconhecer sua independência, Putin determinou o envio de tropas às duas regiões separatistas como parte de uma operação para "manter a paz".

As sanções farão de Moscou um "pária para a comunidade internacional", advertiu na sexta-feira um alto funcionário do governo americano. (Com Agência Estado)

 

Otan condena reconhecimento da independência de regiões

O Secretário-Geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, condenou a decisão do presidente da Rússia, Vladmir Putin, de assinar um decreto reconhecendo duas regiões do leste da Ucrânia como independentes. Em nota, Stoltenberg afirmou que a posição de Putin mina os esforços de paz na região.

"Eu condeno a decisão da Rússia de reconhecer a autoproclamada 'República Popular de Donetsk' e 'República Popular de Luhansk'. Isso mina a soberania e integridade territorial ucraniana, corrói os esforços em prol da solução do conflito e viola os Acordos de Minsk, dos quais a Rússia é signatária", afirmou Stoltenberg em nota.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, seguiu o mesmo caminho. O gabinete de Scholz informou em uma declaração que o chanceler alemão também disse a Putin, durante um telefonema, que qualquer movimento desse tipo equivaleria a uma "violação unilateral" dos acordos de Minsk destinados a pôr fim a um conflito separatista no leste da Ucrânia.

Os Acordos de Minsk foram assinados em 2015 por Rússia e Ucrânia, em negociações das quais também participaram Alemanha e França, para estabelecer a paz na região do leste ucraniano, marcado por conflitos entre os separatistas e a Ucrânia.

A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, classificou de "absurda" a afirmação de Putin de que as tropas são forças de paz. "Nós sabemos o que elas realmente são", afirmou Thomas-Greenfield em reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.(Agência Brasil)

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