A ex-prefeita Luizianne Lins (PT) e a vice-governadora Izolda Cela (PDT) se reuniram ontem, na sede da vice-governadoria, em frente ao Palácio da Abolição. O encontro havia sido solicitado por Luizianne por intermédio de interlocutores, e as duas marcaram de conversar. Apenas as duas estavam presentes. A conversa durou mais de uma hora.
A conversa passou pela perspectiva iminente de Izolda assumir o governo a partir de abril, com a candidatura do governador Camilo Santana (PT) ao Senado. Falaram de projetos para o Estado, nas ações que têm sido realizadas e, inevitavelmente, a conversa desembocou na discussão das alianças eleitorais.
A informação de que haveria o encontro foi divulgada nesta manhã pelo colunista do O POVO, Eliomar de Lima. Após a reunião, Luizianne disse a Eliomar que foi uma "conversa muito boa". Ela apontou que o nome de Izolda é "leve". Aliás, "bem mais leve" que o de outro pré-candidato do PDT, Roberto Cláudio. Apesar disso, a ex-prefeita de Fortaleza sustenta que a posição é de manter a tese de candidatura própria do PT ao Governo do Estado.
Na conversa, Luizianne demonstrou que respeita o nome de Izolda e deixou claras as resistências, como ao sucessor, Roberto Cláudio. Os outros nomes pedetistas são o deputado federal Mauro Filho e o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão. Mauro é apontado como outro que tem mais resistências entre setores petistas, pela proximidade com Ciro Gomes, ao passo que Evandro e Izolda têm mais aceitação.
Luizianne também deixou claras as situações que a incomodam nessa aliança.
Izolda, por sua vez, reforçou que é importante manter a unidade no Ceará contra o projeto de Jair Bolsonaro (PSL), algo que ela qualificou como muito ruim no Brasil e que tem capilaridade nos estados — no caso, com a pré-candidatura de Capitão Wagner. Ela reforçou a importância de PT e PDT estarem juntos.
A vice-governadora disse a Luizianne que pequenas divergências não podem ficar acima do principal, aquilo que o projeto vem fazendo. Izolda disse entender que há divergências, que há problemas causados pelo tom de voz mais elevado de um ou outro. Porém, pregou que diálogo e respeito mútuo continuem.