A elevação da taxa Selic (juros básicos da economia) em 1 ponto percentual dividiu as entidades do setor produtivo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) elogiou a redução no ritmo de alta. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) criticou, informando que o aumento torna a recuperação econômica mais distante. Já a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) apontou grande impacto nos custos do agro, com reflexos nos preços dos alimentos, commodities, insumos e biocombustíveis.
Robson Andrade, presidente da CNI, considerou que a taxa de juros definida "é suficiente para dar continuidade à trajetória esperada de queda da inflação até o final deste ano".
Segundo a Firjan, a atividade econômica brasileira continua fragilizada e o aumento de juros "compromete as perspectivas para uma recuperação consistente em 2022".
Fábio de Salles Meirelles, presidente da Faesp, relembra os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia, especialmente no fornecimento de fertilizantes e combustíveis e afirma: "Os juros altos têm o efeito de uma bomba de fragmentação contra o agro."
Para a construção civil, na análise da Câmara Brasileira que representa o segmento (CBIC), preocupa o preço de commodities como minério de ferro, cobre, alumínio etc, pois há tendência de mais pressão sobre o preço dos insumos.
Já Luiz França, presidente da a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), posiciona que é importante que os altos juros não se mantenham por muito tempo. "Seria fundamental que essa elevação não seja repassada às taxas de crédito imobiliário, que é o principal impulsionador do setor da construção", afirma. (Com Agência Brasil)