A terceira via foi ao divã. Em tom de brincadeira, o cientista político Cleyton Monte (UFC) examinou as movimentações de ontem no campo político que tenta romper a polarização entre Bolsonaro e Lula na disputa de 2022, sem sucesso até agora.
"Esse dia de hoje (ontem) é a consciência da fraqueza da terceira via, como se a terceira via tivesse feito terapia e tomado consciência do cenário em que está inserida", disse Monte.
"O movimento é reflexo da cristalização entre Lula e Bolsonaro", continuou, acrescentando que Doria, Moro e Ciro "não conseguem não apenas apoio ou intenção de voto, mas também alianças nos estados, não conseguem compor, e isso vai fragilizando".
Para ele, "Moro não obteve aliança, Doria vai e não vai, e ambos estão aguardando surgir um nome que seja competitivo".
Enquanto isso, "mesmo Ciro não desistindo, ainda não conta com a confiança dos demais", completou o estudioso, que prevê um cenário de ainda mais dificuldade para o bloco de legendas que busca um afinamento com o objetivo de evitar uma eleição protagonizada unicamente por Lula e Bolsonaro.
Nesse sentido, apontou Monte, o que houve nessa quinta-feira, 31, foi uma limpeza no cenário. "O que está acontecendo é um filtro neste momento, está afunilando, as pré-candidaturas vão abrindo mão pra gente ver se surge um nome mais forte e que possa unificar", indicou. (Henrique Araújo)