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Izolda toma posse hoje e será a primeira mulher governadora do Ceará
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Izolda toma posse hoje e será a primeira mulher governadora do Ceará

| Governo | A posse deste sábado dá a ela, aos olhos de alguns partidários, o status de "candidata natural" à sucessão de Camilo, que será disputada no pleito de 2 de outubro
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 CAMILO transmite o cargo neste sábado para Izolda (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA CAMILO transmite o cargo neste sábado para Izolda

A partir de hoje o Ceará será governado, pela primeira vez nos 223 anos desde a emancipação política, por uma mulher. A vice-governadora Izolda Cela (PDT) toma posse à tarde em cerimônia que também marca o encerramento dos sete anos e três meses de gestão do governador Camilo Santana (PT), de saída do Abolição para disputar vaga no Senado em outubro.

A renúncia de Camilo foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial do Estado. No ato de oficialização de sua saída, o governador se dirigiu a Izolda e desejou "sucesso na honrosa missão".

"À minha querida vice-governadora Izolda Cela, companheira incansável se todas as lutas, meu muito obrigado e o desejo de sucesso na honrosa missão que assume neste momento", afirmou Camilo.

Izolda já havia sido a primeira mulher a exercer o cargo. Em 2015, e de forma interina, assumiu o Executivo durante viagem de Camilo aos Estados Unidos. Desta vez, a professora e psicóloga de formação ocupará a posição de forma efetiva.

Com trajetória política ligada à Educação, um dos legados do grupo que governa o Estado há quase 16 anos, Izolda atuou nas secretarias da Educação de Sobral (2001-2006) e do Ceará (2007-2014).

O bom desempenho a levou a ser escolhida como vice de Camilo em 2014. A posse deste sábado dá a ela ainda - ao menos aos olhos de alguns partidários - o status de “candidata natural” à sucessão, que será disputada no pleito de 2 de outubro.

O dia será dividido em dois momentos. No primeiro deles, às 15h30min, Izolda e Camilo participarão de uma sessão na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) onde ocorrerá a posse propriamente dita. Na ocasião, o governador deve ler a sua carta de renúncia e posteriormente a vice-governadora será empossada.

No segundo momento, às 17 horas no Palácio Abolição, ocorre a transmissão de cargo, cerimônia na qual o governador passará o poder. Espera-se que ambos façam discursos no local.

Monalisa Torres, cientista política vinculada ao Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), concorda ser um marco histórico para o Estado ter a primeira mulher a governar, mas ressalta o perfil técnico da gestora como ponto de importância equivalente.

“É uma mulher que se notabilizou por gerenciar o maior legado das últimas gestões, a Educação. Ela foi a principal responsável pelo êxito. Isso, por si só, já é uma marca da Izolda como gestora”, analisa.

Nos últimos anos cresceu também a discussão sobre a necessidade de ampliar a participação feminina na política, ao mesmo passo em que as mulheres se tornaram maioria tanto na sociedade quanto no eleitorado brasileiro. Avaliando a atuação de Izolda, Torres considera que ela ajudou a quebrar, uma “visão de que mulheres acessam o espaço político pelas relações de parentesco” com homens. “Hoje, Izolda é referência para as mulheres na política cearense”, diz.

Um dos desafios para os nove meses de gestão será manter o bom trânsito político em um governo com ampla base aliada e em ano eleitoral. “Ela (Izolda) como política mesmo, transitando entre partidos e construindo relações, será testada. Será o principal desafio dela, como alguém que sempre esteve mais nos bastidores”, pontua a especialista.

Atualmente, a vice-governadora é cotada como uma das pré-candidaturas do PDT à sucessão governamental junto com três homens: O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, o presidente da AL-CE Evandro Leitão e o deputado federal Mauro Filho.

Sobre a disputa pela nomeação entre os trabalhistas, Monalisa conclui que Izolda é uma candidata competitiva por ter perfil similar ao de Camilo porque será a governadora candidata à reeleição e pela atuação como vice. “Isso tudo já agrega à sua candidatura e ainda tem toda a questão simbólica de ser uma mulher”, finaliza.

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