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Eduardo Leite fala de conciliação com Doria e descarta concorrer se não houver acordo
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Eduardo Leite fala de conciliação com Doria e descarta concorrer se não houver acordo

| Eleições | Em passagem por Fortaleza, ex-governador do Rio Grande do Sul falou pela primeira vez sobre o encontro que teve nesta semana com João Doria. Leite se colocou como agente político na busca de uma alternativa ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Lula
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EDUARDO Leite foi entrevistado pelo
jornalista Érico Firmo no Jogo Político (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS EDUARDO Leite foi entrevistado pelo jornalista Érico Firmo no Jogo Político

O ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) falou pela primeira vez sobre o encontro que teve com o ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na última terça-feira, 19. Os dois disputaram as prévias tucanas para as eleições presidenciais vencidas pelo paulista. Durante participação ontem no programa Jogo Político, o gaúcho afirmou que não promoverá disputa interna e que a única hipótese de concorrer a presidente é em acordo com Doria.

"Eu tenho absoluta certeza que nós vamos ter entendimento. Então aqueles que estão apostando na divisão vão perder, porque nós vamos promover conciliação, composição, construção", disse.

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A relação dos dois tucanos se acirrou após a disputa que definiu o nome do PSDB ao Palácio do Planalto, em novembro do ano passado. Para o ex-governador do Rio Grande do Sul, é natural que surjam divergências em um momento de enfrentamento. Leite contou ainda que o encontro com Doria decorreu em um "clima amistoso, respeitoso".

"Falei pro Doria: não há hipótese de eu estar nesse processo conflagrando, fazendo dispersar energias, promovendo enfrentamentos. Eu renunciei do meu mandato de governador para me colocar à disposição e ajudar a construir a discussão de uma agenda de futuro para o Brasil", revelou.

Eduardo Leite assegura que sua missão é "promover conciliação" e destaca o papel do PSDB no processo político. Após perder as prévias, o ex-governador chegou a receber convite do PSD para se lançar à disputa presidencial, mas seguiu no partido.

Ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite

"Estarei ao lado daquele que melhor reunir as condições de liderar esse projeto. Se a liderança do governador João Doria se afirma e se confirma, a partir do que tivemos nas previas, estamos junto. Se for outra liderança, inclusive de fora do PSDB, a gente tem que estar junto também pra discutir", disse.

Na sequência, Leite falou que nunca questionou o resultado das prévias: "(Doria) foi vencedor das previas, eu nunca coloquei isso em questionamento. Foi um instrumento importante, ousado". Para ele, no entanto, Doria precisa provar que tem musculatura política.

O ex-governador citou as resistências que Doria enfrenta dentro do PSDB. Mesmo tendo saído vitorioso internamente, o paulista exigiu garantias que terá respaldo do partido. Leite, por sua vez, pondera que “uma candidatura se sustenta politicamente e, não, juridicamente”.

“Nenhuma candidatura política se sustenta a não ser politicamente e, não, juridicamente. Não é uma batalha judicial, administrativa, com as formalidades de instâncias do partido, seja o que for. Isso vai ter que ser resolvido no âmbito da política, e política é sentar, conversar, buscar convergência, promover conciliação”.

Às vésperas de renunciar ao governo de São Paulo, Doria sinalizou a aliados a possibilidade de desistir da candidatura presidencial por uma suposta falta de apoio do PSDB. Foi quando Bruno Araújo, presidente nacional do partido, lançou nota a lideranças tucanas reafirmando compromisso com a campanha do vencedor das prévias.

Terceira via

Leite se coloca como um agente político na busca de uma alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT). Segundo ele, a postura reflete inclusive na sua aproximação de Doria. O ex-governador gaúcho defendeu que haja conciliação entre os partidos da terceira via, já que "nenhum deles tem uma candidatura que se sobressaia em intenção de votos nesse momento". "Todos têm que ter humildade de sentar, conversar e buscar composição".

Ele relata ter percebido "sincera disposição" entre lideranças de partidos que teve conversas até o momento, citando a pré-candidata do MDB, Simone Tebet, com quem também se reuniu recentemente. O tucano finalizou afirmando que irá trabalhar para que Ciro Gomes (PDT) "esteja à mesa nessa discussão".

“O Ciro protagoniza o processo político, tem uma posição importante nas pesquisas. Claro, existem diferenças que precisam ser colocadas à mesa, para buscar entendimento, especialmente no que diz respeito às questões econômicas", disse. “No que eu puder colaborar para que Ciro esteja à mesa nessa discussão, eu terei tantas conversas quanto ele entender pertinente", concluiu.

Agenda

A agenda de Eduardo Leite no Ceará incluiu reuniões com o senador Tasso Jereissati, seu aliado no PSDB, e uma palestra ministrada pelo gaúcho na noite de ontem na Assembleia Legislativa

 

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