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Quem os partidos aliados preferem na disputa entre Izolda e Roberto Cláudio no PDT
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Quem os partidos aliados preferem na disputa entre Izolda e Roberto Cláudio no PDT

Legendas do bloco governista no Ceará estão divididas entre apoio a Roberto Cláudio na corrida ao Abolição ou à reeleição da governadora Izolda Cela
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Izolda Cela, Roberto Cláudio e Ciro Gomes: tensão na reta final da indicação do candidato do PDT (Foto: TATIANA FORTES, em 12 de julho de 2015)
Foto: TATIANA FORTES, em 12 de julho de 2015 Izolda Cela, Roberto Cláudio e Ciro Gomes: tensão na reta final da indicação do candidato do PDT

O processo de escolha da candidatura do PDT para o Governo do Estado tem dividido não apenas o partido dos Ferreira Gomes, mas também legendas aliadas, que se equilibram entre o apoio à reeleição da governadora Izolda Cela e a candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio. Nesta semana, a pressão do PT a favor de Izolda foi repelida pelo pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT), que afirmou haver um "lado corrupto do PT no Ceará" e abriu crise com o principal aliado local.

O POVO conversou nas últimas semanas com representantes de siglas que estão na base da atual chefe do Executivo estadual e do prefeito José Sarto (PDT). Dirigente do PSDB no Ceará, o suplente de senador Chiquinho Feitosa reconhece que o partido “tem naturalmente essa tendência (de apoiar um nome do PDT ao Abolição), dada a relação política que temos com o prefeito e com o governador (Camilo)”.

Embora afirme que “não há predileção” por um dos quatro potenciais representantes pedetistas – Izolda, RC, o deputado estadual Evandro Leitão e o deputado federal Mauro Filho –, Chiquinho pondera que Izolda deve postular a reeleição.

“Ela tem todo o mais absoluto direito de pleitear essa reeleição como governadora e tem toda condição para isso. É bom que o faça, é mais uma opção que teremos para o Ceará”, analisou.

Outro que já se manifestou favoravelmente à gestora, o ex-senador Eunício Oliveira (MDB) admite simpatia pelo nome de Izolda, em torno de quem poderia haver algum acerto para as eleições de 2022. O emedebista ressalta, porém, que “simpatia é uma coisa; acordo, ajuste político, participação de chapa é outra coisa”.

“Até agora ninguém conversou sobre isso (aliança eleitoral)”, disse à reportagem. “Mas o MDB não vai decidir agora. Vamos aguardar os fatos, o PT tem uma decisão a ser tomada em maio, vamos ver como o PT se comporta, os outros partidos, as alianças, as conversas. O MDB está tranquilo em relação a isso”, despistou.

Ainda de acordo com ele, a sigla “não tomará nenhuma decisão” sem ouvir a bancada de estaduais. Dentro do MDB cearense, há um indicativo de proximidade com o nome de Izolda.

O próprio Eunício já declarou ao O POVO que não existe possibilidade de entendimento caso o candidato escolhido seja Roberto Cláudio, desafeto político desde a eleição de 2018 e a quem o emedebista atribui uma parcela da responsabilidade por derrota na corrida ao Senado.

O ex-prefeito de Fortaleza, contudo, tem base de aliados sólida na disputa interna. Dentro do PDT e entre legendas do arco governista, RC vem mobilizando lideranças, como o atual ocupante da cadeira principal no Paço, José Sarto, e o vice-presidente da Câmara de Vereadores de Fortaleza, Adail Jr., ambos trabalhistas.

Presidente do Cidadania, uma agremiação aliada, Alexandre Pereira é um desses interlocutores para quem Roberto Cláudio reuniria mais condições de concorrer ao Governo neste ano e enfrentar como adversário o deputado federal Capitão Wagner (União Brasil).

“Nós entendemos que a candidatura do Roberto Cláudio é o nome mais forte por questões óbvias. É o melhor prefeito de Fortaleza, o mais preparado”, elogia.

Pereira considera que a disputa que se aproxima “é muito difícil” e que o ex-prefeito “é o nome mais forte”, mas avalia que se trata de “uma decisão do PDT e não podemos nos meter”.

“O que decidirem, vamos apoiar. Se for Izolda, andaremos juntos. Se for Evandro, andaremos juntos. A gente tem conversado bastante com Camilo e Cid Gomes. Acho que decidem até junho, antes das convenções”, projeta.

Já o dirigente estadual do PSD, ex-vice-governador Domingos Filho, procura se manter equidistante. Segundo ele, “o PSD tem como postura respeitar as escolhas internas dos partidos que compõem a aliança da base do Governo”.

Liderança que vem se cacifando para ocupar a vice na chapa majoritária, Domingos entende que, “se cabe ao PDT a escolha da candidata ou candidato a governador, não entendemos razoável pretender influir nesse processo interno, até porque todos os pré-candidatos são qualificados para a disputa”.

No PSB, o deputado federal e presidente do partido no Ceará, Dênis Bezerra, havia se posicionado a favor de Roberto Cláudio. “Pela experiência, o capital, por tudo que representa, Roberto Cláudio seria a melhor opção, o melhor caminho”, disse o parlamentar à época. Procurado nas últimas semanas para tratar do assunto, o deputado respondeu que não comentaria o tema.

Como a base aliada vê a candidatura no Ceará

Quem os partidos aliados indicam que preferem para concorrer ao governo

PT: Izolda

MDB: Izolda

PSDB: Izolda

PP: Izolda

PSB: Roberto Cláudio

Cidadania: Roberto Cláudio

PCdoB: Roberto Cláudio

PSD: Não se posiciona

"Acho natural a reeleição de Izolda", diz AJ Albuquerque, presidente do PP

À frente do PP no Ceará, um dos partidos da aliança governista, o deputado federal AJ Albuquerque declarou apoio ao nome da governadora Izolda Cela (PDT) na corrida eleitoral de 2022.

"Acho natural a reeleição da governadora Izolda. Vamos fazer história elegendo a primeira mulher governadora do Ceará", disse o parlamentar.

Filho do ex-secretário estadual Zezinho Albuquerque, que reassumiu mandato na Assembleia Legislativa (AL-CE) depois de deixar o Governo em março, o deputado é mais uma liderança política cearense a manifestar posição em meio ao processo de escolha do potencial candidato do bloco à sucessão no Abolição.

Além de Izolda, estão postos os nomes do ex-prefeito Roberto Cláudio, do deputado estadual Evandro Leitão e do ex-secretário e deputado federal Mauro Filho.

Dos quatro pré-candidatos do PDT, a atual governadora, alçada à titularidade com a saída de Camilo Santana (PT), é considerada como preferida dentro da legenda do agora ex-governador.

No último dia 25 de abril, deputados do PT publicaram foto ao lado da chefe do Executivo, que fez rodada de conversas com bancadas para alinhar posicionamentos políticos.

O gesto, porém, foi interpretado como mais um de uma série de movimentos do PT tendo Izolda como personagem principal. Trata-se, ainda, de resposta da sigla a declarações de nomes mais alinhados a RC, como o vereador Adail Júnior (PDT).

"Nossa condição é que seja um nome agregador", defende presidente do PT

Para o presidente do PT no Ceará, Antônio Filho, o Conin, o nome indicado pelo PDT para encabeçar a chapa governista em 2022 deve ser "agregador".

"No caso do PT, nossa condição é que seja um nome agregador, que não interdite o palanque de um nem de outro", afirma. Ele concedeu entrevista à reportagem antes da recente crise entre o partido e Ciro Gomes.

O duplo palanque citado por Conin é uma referência aos pré-candidatos Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), que concorrem ao Planalto neste ano.

As críticas de Ciro causam estremecimento à aliança local. Além disso, já vinha ocorrendo troca de críticas de parte a parte, como as protagonizadas pelo vereador Adail Júnior (PDT) contra o deputado federal José Guimarães (PT).

Dos quatro nomes colocados para escolha pelo PDT para composição da cabeça da chapa, há os que são mais próximos de Ciro, como o deputado federal Mauro Filho e o ex-prefeito Roberto Cláudio.

Para petistas ouvidos reservadamente, ambos teriam mais dificuldades para agrupar apoios dentro do partido com vistas à briga pela sucessão. Outros potenciais candidatos, a exemplo da governadora Izolda Cela e do deputado estadual e presidente da AL-CE, Evandro Leitão, teriam simpatia da legenda.

De acordo com Conin, "ultimamente têm saído essas declarações de preferência de um lado ou de outro e é natural", mas "no momento certo vamos escolher o melhor nome".

"O que digo é que não tem veto nem terá imposições", acrescenta o dirigente, que aguarda definição dentro do PDT para que as agremiações aliadas passem então a discutir a formação da chapa que irá entrar na disputa.

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