Integrantes da CPI do Motim da Assembleia Legislativa (AL-CE) visitaram nesta terça-feira, 10, sedes da Associação dos Praças do Estado do Ceará (Aspra-CE) e da Associação Beneficente dos Subtenentes e Sargentos do Estado do Ceará (ABSS), duas das entidades investigadas pelo colegiado.
“Em uma boa e séria investigação é isso o que fazemos, separar o joio do trigo”, diz o presidente da CPI, Salmito Filho (PDT). “Portanto, é importante conhecermos pessoalmente a atuação dessas associações, porque não cabe a nós, enquanto comissão, fazer nenhum tipo de pré-julgamento ou condenação injusta a respeito do trabalho dessas entidades”, diz.
As visitas ocorreram após convite das próprias entidades, com os deputados percorrendo uma série de setores das associações. Atualmente, a CPI investiga se parte dos recursos arrecadados por essas associações financiaram atos do motim de agentes de segurança pública ocorrido no Ceará em fevereiro de 2020.
Desde o início das investigações, diversos dirigentes das associações foram convocados para depoimentos no grupo. De alguns meses para cá, no entanto, as investigações acabaram se concentrando na atuação da Associação dos Profissionais da Segurança (APS), entidade que já foi presidida por políticos da oposição no Estado, como o deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) e o vereador de Fortaleza Sargento Reginauro (União Brasil).
Na visita, os deputados acompanharam a prestação de serviços oferecida pelas associações, incluindo atividades de lazer e saúde física e mental. “A nossa visita vai confirmando a clareza da importância que as entidades policiais, em sua ampla maioria, representam para os policiais e suas famílias”, diz Elmano Freitas (PT), relator da CPI.
Único membro do colegiado a fazer parte da oposição, Soldado Noelio (União Brasil), destacou a importância da visita para que os parlamentares pudessem testemunhar o trabalho das associações de militares. "E não se tratam de recursos públicos. São recursos oriundos de contribuições voluntárias dos próprios policiais. As associações fazem um trabalho de amparo aos profissionais de segurança", frisou.
Presidente da ABSS, Euriano Santabaia destacou a importância da visita in loco para o esclarecimento de atividades das entidades. “Nada melhor do que os deputados verem in loco o nosso trabalho, para que possamos mostrar o que fazemos aqui”, diz.