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PF tem mais 5 suspeitos de participação nas mortes Dom e Bruno
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PF tem mais 5 suspeitos de participação nas mortes Dom e Bruno

| Crime | Eles teriam ajudado a ocultar os corpos. Já são oito os envolvidos nas mortes do jornalista inglês e do indigenista brasileiro
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Membro da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) segura a imagem do jornalista britânico desaparecido Dom Phillips e do especialista brasileiro em assuntos indígenas Bruno Pereira durante um protesto convocado por ativistas do grupo de protesto contra as mudanças climáticas Extinction Rebellion (XR) e membros do APIB perto do prédio da Comissão Europeia em Bruxelas em 16 de junho de 2022. Ativistas protestam contra os aparentes assassinatos de um jornalista britânico e um especialista indígena brasileiro na Amazônia e pedem regras mais fortes de produtos livres de desmatamento na UE.

 (Foto: Kenzo TRIBOUILLARD / AFP)
Foto: Kenzo TRIBOUILLARD / AFP Membro da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) segura a imagem do jornalista britânico desaparecido Dom Phillips e do especialista brasileiro em assuntos indígenas Bruno Pereira durante um protesto convocado por ativistas do grupo de protesto contra as mudanças climáticas Extinction Rebellion (XR) e membros do APIB perto do prédio da Comissão Europeia em Bruxelas em 16 de junho de 2022. Ativistas protestam contra os aparentes assassinatos de um jornalista britânico e um especialista indígena brasileiro na Amazônia e pedem regras mais fortes de produtos livres de desmatamento na UE.

A Polícia Federal divulgou ontem que identificou oito pessoas envolvidas na morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, sendo que três estão presos e cinco foram identificados por terem participado da ocultação dos cadáveres. Os presos são Amarildo da Costa Pereira, conhecido como Pelado, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Até o momento, apenas Amarildo confessou o crime. Todos teriam participado diretamente do duplo homicídio e tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça do Amazonas.

A Polícia Civil do Amazonas também confirmou que "investiga a participação de mais pessoas no crime". O trabalho de investigação continua em duas frentes, para esclarecer todas as circunstâncias, os motivos e os envolvidos no caso. No Amazonas, o comitê de crise criado para encontrar Bruno e Dom continua em busca de elementos que possam ajudar a esclarecer a dinâmica do crime, incluindo a embarcação usada pelo indigenista e pelo repórter quando eles foram assassinados. Em Brasília, peritos do Instituto Nacional de Criminalística examinam os restos mortais recolhidos pela PF.

Nesse sábado, a polícia divulgou que concluiu a análise da causa da morte de Bruno Pereira e de Dom Phillips. Bruno foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça. Dom levou um tiro no abdômen/tórax. A munição usada no assassinato foi típica de caça. A munição de caça utilizada no crime dispara projéteis múltiplos, chamados de balins. Assim, um único tiro pode causar uma série de perfurações provocadas por pequenas esferas de chumbo. Nos últimos dias, a PF confirmou a identidade de Phillips e Pereira nos restos mortais enviados a Brasília para a perícia.

Os corpos foram encontrados após a confissão do pescador Amarildo da Costa Pereira.

Dom Phillips, que era colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Funai, foram vistos pela última no dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas, quando sumiram sem deixar vestígios.

O cantor Caetano Veloso homenageou na noite deste sábado, durante show em Brasília, Bruno Pereira e Dom Philips. Caetano apresentou ao público presente um cartaz com as fotos de ambos e fez o questionamento: "por que interromperam as investigações?", que teve reação imediata da plateia com aplausos e gritos críticos ao presidente Jair Bolsonaro (PL). (das agências)

 

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