No dia que talvez tenha sido até agora o mais importante para a base governista nas próximas eleições no Ceará, reuniões no Ceará e em Brasília discutem as principais pendências na formação da chapa para o Governo do Estado. Em Fortaleza, o pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) reuniu os quatro pré-candidatos, na sede do partido, no Meireles, e sinalizou sobre como será o processo de escolha. Quase ao mesmo tempo, em Brasília, os deputados federais André Figueiredo, presidente estadual do PDT, e José Guimarães, líder da maioria petista no Ceará, conversaram e sinalizaram que estão sendo contornadas as divergências de petistas com a condução da aliança pelo PDT.
Ciro almoçou com os quatro pré-candidatos do PDT: o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, a governadora Izolda Cela, o deputado federal Mauro Filho e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio. Na saída, ele destacou a forma como será tomada a decisão. Ele afirmou que ainda ontem teria reunião com partido aliado e disse que será contratada pesquisa pelo partido. A intenção é registrá-la e tornar público o resultado.
"(Os critérios) São aqueles que nós apalavramos. Sondar a opinião pública com pesquisa de opinião que já vai ser registrada pelo PDT no Tribunal Eleitoral, para que seja público e transparente. E vamos também ouvir os partidos aliados", disse ao O POVO, ao deixar a sede do PDT.
O deputado federal Mauro Filho era o mais animado na saída. "Foi a melhor reunião de todas que nós tivemos. De mobilização, de motivação. Foi excelente. Nunca vi a gente tão empolgado", afirmou.
Cada vez mais cotado para ser o escolhido, Roberto Cláudio disse que a reunião se concentrou em análise de cenário e afirmou que não foram estabelecidos critérios de escolha. "Fazer uma análise do cenário da política estadual, análise do cenário da política nacional e, mais uma vez, a gente tratar de internamente celebrar essa união, essa coesão. Organizar as bases do partido para o próximo pleito. Ao mesmo tempo, tratar também de a gente começar a planejar e organizar, cada um de nós no seu papel, a campanha do Ciro a presidente da República", descreveu, na saída.
Evandro Leitão destacou importância de o partido iniciar uma "arrancada" pela campanha de Ciro Gomes à Presidência no Ceará. "Foi um momento de reafirmação da nossa unidade, enquanto pré-candidatos que somos, e também fazermos uma grande campanha para o Ciro aqui no Ceará. Para que a gente possa arregimentar forças, mobilizar nossas bases e dar início a essa a arrancada para que o Ciro possa crescer." A governadora Izolda Cela (PDT) foi a primeira deles a sair, para ir à posse de 490 policiais civis, no Centro de Eventos. Apressada, ela não deu declarações à imprensa.
Enquanto a reunião ocorria em Fortaleza, o presidente do PDT no Ceará, deputado André Figueiredo, teve encontro com o deputado federal José Guimarães, mais influente petista no Ceará. Guimarães, no último mês, demonstrou insatisfação com os encaminhamentos no PDT e disse que a aliança seria rompida se o candidato for Roberto Cláudio.
O encontro entre Guimarães e Figueiredo foi o primeiro gesto público de reaproximação dos dois partidos em meses. Desde o fim de maio, vinham ficando mais públicas resistências dentro do PT a uma possível candidatura de Roberto Cláudio. Os parlamentares demonstraram confiança em manter a aliança.
“O fato é que nós temos uma opinião aí no Ceará, que é partilhada pelo Lula, Gleisi (Hoffmann, presidente do PT) e Camilo (Santana), que é a de manutenção da aliança com candidatura da Izolda”, disse Guimarães. Sobre sinais recentes de que a relação entre as siglas teria “azedado”, Guimarães minimiza: “Há muita ilação e muita fofoca, especulação.”
Guimarães afirma que irá conversar sobre o assunto na próxima quinta-feira, 30, com Camilo e com o presidente do PT Ceará, Antônio Filho, o Conin. "Nós temos unidade em torno do ponto que é a centralidade, que é manter aliança entre PT e PDT. Qual o nome, é claro que isso vai passar por uma avaliação do PDT e, evidentemente, ouvindo os partidos aliados como o PT. Nós temos uma opinião, o PDT sabe qual é, mas é necessário que a centralidade do problema seja a manutenção da aliança no Ceará", pontuou.
Ele destaca, no entanto, que é necessário que o “central” da discussão seja a manutenção da aliança. “Que, ao final, será chancelada, se concretizando, pelo Cid (Gomes, senador) e pelo Camilo Santana”, destaca.
Logo após a reunião, Figueiredo classificou o encontro como "muito positivo" em publicação nas redes. "Trabalharemos juntos visando a unidade de um projeto vitorioso, para o bem do nosso povo". "Eu acredito que serviu realmente para reaproximar algo que não estava realmente tão distante, a não ser pelo que circulava na imprensa ou se postava nas redes sociais. Tinha esse barulho, mas nunca do próprio Guimarães, de uma forma irreversível", afirmou ao O POVO.
"Estamos construindo essa unidade, que é indispensável. É um projeto competente, de governos elogiados, com redução da desigualdade. Não tem para que dar essa chance ao azar e, com uma eventual divisão, viabilizar o adversário", continua o pedetista, que destaca não existir nenhuma "incompatibilidade" para a existência de dois palanques, para Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), na base aliada do Ceará.
"Nós já temos experiência disso, na eleição passada o PT foi com o (Fernando) Haddad e nós com o Ciro, e os dois com Camilo governador e Cid senador", afirma. O deputado destaca ainda que foi reforçado que não existe nenhum tipo de "veto" para qualquer nome dos quatro pré-candidatos em disputa pelo PDT.
"Eles têm essa preferência pela Izolda, que é legítima, até porque a Izolda é extremamente competente, mas entendemos que vetos de qualquer tipo seriam desgastantes, porque cada um dos quatro mereceria esse apoio. E foi uma conversa nesse sentido, de irmos respeitando os processos internos de cada partido."
Camilo diz que "de forma alguma" está sendo escanteado do processo de escolha
Ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT) afirmou que "de forma alguma" se sente escanteado do processo de escolha da candidatura governista. A afirmação ocorreu na noite da última segunda-feira, 27, ao O POVO, enquanto saía da premiação Melhores Prefeitos do Ceará, promovida pelo publicitário Roberto Farias em um buffet de Fortaleza.
"Não, nós estamos discutindo, vai ter o momento certo. Esse é o tempo do PDT. Terá o tempo para se discutir com os outros partidos aliados que fazem parte da aliança, tudo no momento certo", afirmou o ex-governador, colocando-se na condição de filiado a um partido aliado.
Questionado sobre se se sente escanteado do centro das decisões políticas mais importantes deste ano, ele respondeu: "Não, de forma alguma."
O ex-ministro e pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT), em setembro de 2021, afirmou que Camilo Santana lideraria a sua sucessão, do alto do capital político adquirido em dois mandatos de governador.
O quadro atual é diferente, com o PDT na dianteira das articulações e Camilo, nesse momento, distanciado do centro delas. Ontem, por exemplo, Ciro chamou os quatro pré-candidatos do PDT na sede do partido, no bairro Meireles, para discutir a escolha que será feita.
Os nomes do PDT são a governadora Izolda Cela, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, o presidente da Assembleia Legislativa Evandro Leitão e o deputado federal Mauro Filho. A predileção de Camilo é por Izolda, com quem administrou o Ceará por sete anos e três meses. Ciro tem inclinação por Roberto Cláudio.
Indagado sobre o porquê de Izolda não sair candidata da situação, já que é ocupante do cargo em disputa, ele respondeu: "Você tem que perguntar isso ao PDT, não é a mim, não".
A mesa de Camilo, no evento de segunda-feira, era ocupada por Izolda e Evandro, dois dos postulantes com os quais ele tem mais ligação. Camilo chegou com ambos na cerimônia.
Na mesa ao lado, estavam o ex-vice-governador Domingos Filho, a esposa e prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar, e o deputado federal Domingos Neto, filho do casal. Todos são do PSD, cujo objetivo é o de ter a vice na chapa liderada pelo PDT.
Domingos Filho diz que preferido para concorrer a governador é quem o colocar como vice
Ex-vice-governador e aliado do grupo liderado por Ciro e Cid Gomes, do PDT, Domingos Filho (PSD) afirmou ao O POVO, durante premiação Melhores Prefeitos, que não tem candidato preferido ao Governo do Ceará entre os quatro que disputam o posto no PDT.
Mas, em seguida, opinou, de modo a deixar claro o que importa realmente em sua perspectiva: "O candidato da minha preferência é o que o Domingos Filho for o vice."
Questionado sobre se entendimentos políticos estariam avançados nesse sentido, respondeu que "sim" com o semblante.
Izolda Cela (atual governadora), Roberto Cláudio (ex-prefeito de Fortaleza), Evandro Leitão (presidente da Assembleia Legislativa) e Mauro Filho (deputado federal) são as possibilidades pedetistas para a corrida ao Palácio da Abolição.
Os quatro pré-candidatos, além de Domingos e Zezinho Albuquerque, líder do PP no Ceará, se reuniram com pré-candidato presidencial Ciro Gomes (PDT) na sede do PDT, em Fortaleza, no bairro Meireles, na tarde desta terça-feira, 28.
"Qualquer um dos quatro candidatos são candidatos que não têm qualquer dificuldade com a gente, até porque são quadros qualificados que podem naturalmente continuar esse projeto que se iniciou com o Cid, em dois mandatos, e com o Camilo em mais dois mandatos", afirmou Domingos.
Para na sequência dizer: "Mas eu tenho uma resposta muito clara pra isso quando me perguntam. O candidato da minha preferência é o que o Domingos Filho for o vice."
Até Capitão Wagner (União Brasil), da oposição, sinaliza interesse em ter Domingos na vice, caso ele não seja contemplado na base governista.
"Aliança de queixo", alfineta Adail sobre parceria de PT e PDT no Ceará
O vice-presidente da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) Adail JÚnior (PDT) não poupou críticas à ala petista que forma aliança com seu partido no Ceará. “É uma aliança de queixo, não dá mais pra gente engolir isso”, disse o vereador, em participação nesta terça-feira, 28, no programa Jogo Político, do O POVO.
Segundo ele, o “único e exclusivo” objetivo dos petistas é abrir palanque para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Está aí a fala de quem é uma das maiores autoridades petistas do estado do Ceará que é o José Airton. Ao comprovar que essa defesa de PT contra fascista, contra bolsonarista, já foi por terra. Zé Airton foi bem claro que se não for pra abrir palanque de Lula, o PT apoia o Capitão (Wagner).
Em seguida, ele cita as especulações sobre Capitão Wagner (União Brasil) não manifestar apoio declarado a Jair Bolsonaro (PL). “Ninguém sabe hoje se Capitão já é Bolsonaro. Tá na mídia aí que Capitão talvez vá fazer um corpo branco, alguma coisa com Bolsonaro. Então como é que a gente pode crer? Não tem como”, declarou.
Adail faz crítica ao PT em, segundo ele, tentar impor o nome da governadora Izolda Cela (PDT) e rejeitar a escolha do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), de quem é próximo.
O vereador relembra eleições anteriores os dois lados da aliança estiveram em lados opostos, como as disputas de 2012, entre Elmano Freitas (PT) e o próprio Roberto Cláudio, e 2020, entre Luizianne Lins (PT) e José Sarto (PDT). E cita também a eleição de 2014, quando Camilo Santana (PT) chegou ao governo.
“Eram quatro na foto, eu lembro como se fosse hoje. Primeiro Ciro Gomes, coordenador geral da campanha de Camilo. Segundo Cid Gomes, querendo fazer o seu sucessor e fez. Terceiro Camilo e o quarto, o então prefeito Roberto Cláudio. E onde é que estava Guimarães?, Dilma?, onde é que tava Lula?, no palanque do adversário do PT, que era o Eunício. Ninguém pode esquecer isso. O que eles querem? Está aí às claras. A política está aí. Aliança? Eu falei em um áudio que é uma aliança de queixo”, disse.
Presidente do PL, Acilon admite que "é difícil" bater Camilo na disputa ao Senado
Prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves (PL) admitiu que é difícil bater o ex-governador Camilo Santana (PT) na disputa ao Senado. O PL tem três possíveis candidatos: José Alberto Bardawil, dono da TV União; o vereador de Fortaleza Inspetor Alberto e o pastor Francisco Fernandes.
O União Brasil, do pré-candidato a governador Capitão Wagner, tem o empresário Ésio de Sousa como pré-candidato à cadeira que será desocupada por Tasso Jereissati, o empresário tucano que se aproxima de compor a chapa presidencial de Simone Tebet (MDB-MS) como vice.
Acilon esteve nessa segunda-feira no prêmio Melhores Prefeitos do Ceará, promovido pelo publicitário Roberto Farias, em um buffet de Fortaleza. Foi o vencedor.
Até as convenções partidárias (20 de julho a 5 de agosto), disse Acilon, em torno de três pesquisas de intenção de voto serão encomendadas para que se possa averiguar o melhor posicionado. Mas ele assumiu que vencer o petista é uma tarefa difícil.
Acilon afirma que preferiria ver o PL com candidatura ao Governo, pois acredita que, apesar do PDT e da postulação de oposição de Capitão Wagner, a legenda pode avançar ao segundo turno impulsionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Um obstáculo é o fato de o mandatário ser simpático a Wagner e seu projeto estadual.
"Não estaremos ao lado da situação. Ou iremos de candidatura própria ou com a oposição. Até agora, nós pleiteamos que o bom senso prevaleça e tenhamos candidatura própria", defendeu Acilon. O senador Cid Gomes (PDT) já afirmou neste ano que não vê em Acilon um bolsonarista, pois se trata de um médico defensor da ciência, além de antigo aliado.
"A definição, hoje, é de não termos candidato a governador. Porém, foi pedido apenas cautela. E aguardar. Nesse aguardar tiramos a candidatura da rua, mas mantivemos o trabalho dos deputados federais e estaduais. E esperamos mostrando que na convenção é necessário ter um candidato a governador, em 45 dias a gente corre o risco de ir pro segundo turno", disse o prefeito de Eusébio.
Caso vá para a corrida, o representante do PL é o ex-tucano e ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos. Acilon e Raimundo já apareceram em inserção na televisão defendendo um dos legados da administração federal: o Pix, mecanismo de transferências financeiras rápidas e sem cobranças de taxas.
Mauro Filho descarta cisões no PDT após escolha de candidatura a governador
Pré-candidato do PDT ao Governo do Ceará, o deputado federal Mauro Filho descarta que divisões internas fiquem como "legado" da dinâmica partidária para escolha do nome que sucederá a gestão de Camilo Santana (PT) e de Izolda Cela (PDT). Mauro, Izolda, Roberto Cláudio (ex-prefeito de Fortaleza) e Evandro Leitão (presidente da Assembleia Legislativa) rodaram o Estado para se viabilizarem.
A aceitação dos aliados e o rendimento em pesquisas de intenção de voto serão dois critérios que nortearão a escolha. "Não tem cisão nenhuma. O projeto ai está sólido, com parceiros, inclusive que participam do governo. Então, eu não vejo a menor possibilidade de qualquer cisão vir a acontecer com essa decisão", descartou o principal economista de Ciro Gomes.
A pré-campanha do PDT colocou em lados opostos apoiadores da atual governadora Izolda e do ex-prefeito Roberto Cláudio. O PT, segundo principal partido da coalizão, ainda agita o ambiente por demonstrar resistências a RC, enquanto defende o nome de Izolda, sob alegação de que ela ocupa o cargo e teria direito natural de marchar rumo à reeleição.
Mauro diz que já visitou 110 municípios em busca de pavimentar o próprio caminho. Para ele, a decisão que virá será levada aos partidos aliados, que nas palavras de Mauro são relevantes para a permanência no poder do grupo. "Partido dos Trabalhadores, PSD, PSB de bola, enfim, todos aqueles que são o alicerce do projeto que foi criado são importantes de estarem presentes nesse momento", frisou o pedetista.
Mauro Filho esteve nessa segunda-feira na premiação Melhores Prefeitos, em um buffet de Fortaleza, para prestigiar o filho e gestor de Redenção, Davi Benevides (PDT), pré-candidato a deputado estadual.