Os episódios mais recentes de animosidade entre o pré-candidato pedetista à Presidência Ciro Gomes e o PT se refletiram na agenda da governadora Izolda Cela (PDT), avalia o cientista político Cleyton Monte.
Para ele, a gestora mantinha ritmo mais dinâmico de encontros com prefeitos e bancada aliada na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), até pouco antes de estourar nova crise entre as duas legendas no estado.
“Houve, nas duas últimas semanas, uma redução dessa movimentação (de Izolda), em decorrência dos atritos entre Ciro, o PT e o Roberto Cláudio e toda a questão da pré-candidatura”, aponta Monte.
Segundo ele, “existiu um movimento nos bastidores muito forte de apaziguar e arrefecer os ânimos, creio que coordenado pelo Cid”, que acabou resultando num esfriamento do clima político.
Izolda é uma possível representante da chapa governista nas eleições de 2022, ao lado do ex-prefeito Roberto Cláudio, do deputado e presidente da AL-CE Evandro Leitão e do deputado federal Mauro Filho, todos do PDT.
Questionado se atribui essa suposta queda no ritmo das articulações às tensões internas no partido, Monte reafirma que a chefe do Executivo de fato tocava um calendário de encontros com lideranças diversificado.
“Ela vinha fazendo isso”, confirma, “se reuniu com a base aliada na AL-CE, visitou prefeituras, estava tendo uma agenda política, mas, nas últimas semanas, essa agenda foi reduzida”.
Desde que assumiu o governo, em 2 de abril, Izolda se viu em meio a um fogo cruzado no PDT, com aliados de Roberto Cláudio disparando críticas mais contundentes contra a gestora.
Por outro lado, a pedetista tem contado com a defesa pública do ex-governador Camilo Santana, principal liderança política do PT hoje no Ceará e pré-candidato ao Senado.