Logo O POVO+
Números mostram capitais mais e menos petistas no Nordeste
Politica

Números mostram capitais mais e menos petistas no Nordeste

| RESULTADOS | Em mais da metade das capitais do Nordeste, o PT foi o mais votado no 2º turno de todas as eleições presidenciais deste século
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Dilma Rousseff no Ceará, em 2014. (Foto: Ichiro Guerra/Divulgação)
Foto: Ichiro Guerra/Divulgação Dilma Rousseff no Ceará, em 2014.

Os mapas dos votos válidos registrados nos segundos turnos das eleições presidenciais de 2002 para cá permitem afirmar que cinco capitais brasileiras se mantêm fiéis ao petismo, em maior ou menor proporção, nos últimos 20 anos. São elas: Salvador (BA), Teresina (PI), São Luís (MA), Fortaleza (CE) e Recife (PE). Nas eleições de 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018, a candidatura do PT foi a mais votada em todas no segundo turno da eleição presidencial.

Pesquisas feitas a partir da plataforma Geografia do Voto, parceria entre a agência Geocracia, especializada em geoinformação, e o Estado de S.Paulo mostra que há duas capitais em que o PT não foi o mais votado no segundo turno de uma das cinco eleições presidenciais deste século: Aracaju, na qual o mais votado em 2010 foi José Serra (PSDB), contra Dilma Rousseff (PT), e João Pessoa (PB), que deu maioria a Jair Bolsonaro (PL) contra Fernando Haddad (PT) em 2018, quebrando, portanto, o ciclo de apoio a candidatos do PT.

abrir
 

Em Natal (RN), os petistas perderam duas vezes no segundo turno: Serra foi o mais votado em 2010 e Bolsonaro, em 2018. A capital menos petista do Nordeste é Maceió (AL). A única em que o PT mais perdeu que ganhou eleições presidenciais no segundo turno. A capital alagoana deu maioria para Geraldo Alckmin (PSDB) contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006, para Serra em 2010 e Bolsonaro em 2018.

Para o geógrafo e cientista político Luiz Ugeda, criador da ferramenta, as capitais mais fiéis ao petismo são dos estados com as maiores geografias interioranas do Nordeste. "No semiárido, o PT sempre foi imbatível, o que é uma questão geográfica também. Tem muito a ver com a transposição do Rio São Francisco e as bandeiras regionais", afirmou.

Quando a análise se dá em todo o País, é possível observar outras capitais que deixaram o petismo só em 2018: Manaus e Macapá, no Norte; e Rio de Janeiro, no Sudeste. Na capital fluminense, no entanto, os mapas ilustram que o apoio diminui gradativamente. Quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se elegeu presidente pela primeira vez, em 2002, a população do Rio deu a ele 80,96% dos votos válidos. Quatro anos depois, essa taxa caiu a 65,91% e, com Dilma Rousseff, foi de 60,98% (2010) e 50,76% (2014). Em 2018, a cidade virou reduto de Bolsonaro, ajudando em sua eleição com 66,35% dos votos.

Em Manaus, essa mudança é percebida de forma mais radical. Em 2006, quando Lula foi reeleito, a capital do Amazonas foi a que lhe deu mais votos proporcionais: 721 mil votos ou 87,34% do total. O apoio se manteve em 2010 e 2014, mas em 2018 o cenário mudou e os manauaras ajudaram deram 65,71% dos votos válidos a Bolsonaro.

O que você achou desse conteúdo?