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PT confirma chapa Lula-Alckmin em convenção esvaziada em SP
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PT confirma chapa Lula-Alckmin em convenção esvaziada em SP

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O PT oficializou ontem a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como candidatos a presidente e vice-presidente na disputa eleitoral deste ano. A convenção nacional petista aprovou os nomes por unanimidade em um ato protocolar, sem a presença dos dois.

A convenção na capital paulista fugiu do roteiro e foi tratado como uma mera reunião formal da Executiva do PT. Lula cumpria agenda de campanha em Pernambuco ontem.

No mesmo dia, uma crise entre o PT e o PSB no Rio expôs impasses ainda existentes na campanha de Lula, que busca agora solucionar questões locais e ampliar o apoio entre partidos de centro.

O petista participará da convenção do PSB, no dia 29, em Brasília. Líderes da campanha afirmam que a participação no ato que oficializará o nome de Alckmin é uma forma de prestigiar o gesto do ex-tucano de aceitar compor a chapa com um adversário histórico. Na prática, a campanha petista também ganha tempo enquanto desembaraça palanques locais e busca adesões no mundo político.

Federação

A federação formada por PT, PV e PCdoB também aprovou os nomes de Lula e Alckmin e a coligação de sete partidos que apoiam a chapa foi formalizada. As siglas são PT, PCdoB, PV, PSB, Rede, Psol e Solidariedade.

Nos bastidores, petistas esperam que a reunião do presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores estrangeiros nesta semana, com ataques ao sistema eleitoral, intensifique um movimento de partidos do centro em direção à campanha de Lula. O PT tem trabalhado para angariar apoio de novos líderes de MDB, PSD e do União Brasil.

"Óbvio que tiramos como meta a ampliação desse movimento político. O momento que vivemos no Brasil é muito difícil. Essa não é uma eleição normal", disse a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, após a convenção.

A avaliação dos petistas é de que a retórica contra as urnas dá corpo ao argumento da campanha petista de que Bolsonaro representa uma ameaça à democracia. Apesar de não esperar adesão formal do MDB ou do PSD, por exemplo, o ex-presidente busca costurar apoio de caciques das siglas, como Gilberto Kassab (PSD), ainda no primeiro turno. A ala lulista do MDB tem tentado uma interlocução com o ex-presidente Michel Temer, que é atualmente um foco de resistência no partido ao apoio a Lula.

Rio

A briga entre PT e PSB no Rio, no entanto, ofuscou o debate sobre o futuro da campanha de Lula. O PT decidiu adiar a convenção estadual no Rio, que oficializaria o apoio a Marcelo Freixo (PSB) na disputa ao Palácio Guanabara.

Para o PT, o PSB descumpriu um acordo ao anunciar a candidatura de Alessandro Molon (PSB) ao Senado. O acerto previa apoio do PT a Freixo, com o petista André Ceciliano como candidato a senador na chapa.

"A nossa aliança no Rio é com o PSB, mas nós queremos ter uma discussão séria com o PSB sobre a composição. Tínhamos um acordo lá para indicar a candidatura ao Senado", afirmou Gleisi.

Uma ala do PT no Rio iniciou uma mobilização para retirar apoio a Freixo. O dirigente do PT no Rio Washington Quaquá disse que seria "vergonhoso para o PT" ter dois candidatos ao Senado na chapa, como já avalizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"São mais de dez milhões de eleitores, (o Rio) é um Estado central. Um erro de estreitamento da campanha do Lula no Rio pode significar a vitória ou não no primeiro turno", afirmou Quáquá. O prazo para os partidos realizarem suas convenções se encerra no dia 5 de agosto.

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