O ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) comentou ontem a disputa pelo comando do Palácio da Abolição. Segundo o pedetista, "não há sentido nas tentativas de nacionalizar a campanha do Ceará, que elegerá Roberto Cláudio".
Ao mesmo tempo, ele acrescenta que não adianta também "cearalizar" sua campanha à Presidência que, segundo Ciro, "segue firme, dialogando com todo o Brasil. Em seguida, finaliza: "São narrativas plantadas que não darão em nada".
Ciro Gomes é uma das figuras centrais que ajudam a entender o rompimento da aliança governista no Ceará. Em maio, ele afirmou que estava disposto a enfrentar o PT e acusou o partido de também ter um lado corrupto no Ceará.
Em seguida, tomou à frente nas articulações para a escolha do candidato. Enquanto o ex-governador Camilo Santana (PT) trabalhava pelo nome da governadora Izolda Cela (PDT), que segundo ele tinha o direito natural de disputar a reeleição, Ciro atuava pela candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), que acabou derrotando Izolda em votação do diretório estadual do partido.
Durante convenção do PDT, no último domingo, o ex-ministro mandou uma série de recados para Camilo, afirmando que ele "desertou" em troca de um "carguinho de ministro". Também comparou o petista a Judas, o apóstolo que traiu Jesus. Pediu ainda que os "políticos importantes" do Ceará baixem a crista e calcem a sandália da humildade.
Após o evento, o PT anunciou o deputado Elmano de Freitas como candidato do partido ao Governo do Ceará, com o apoio de Camilo Santana e do candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).