Partidos de esquerda e com menor expressão na cena política atual lançaram suas candidaturas para o Governo do Ceará neste ano, nas eleições que vão ocorrer em outubro. O Partido Comunista Brasileiro (PCB), Unidade Popular (UP) e Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) vão concorrer ao Palácio da Abolição com as demais legendas, totalizando sete candidaturas para chefe do Executivo estadual.
Mas esses candidatos entram na disputa pelo em desvantagem. Isso levando em consideração que, por não terem representantes no Congresso, possuem pouco tempo de rádio e TV na propaganda eleitoral gratuita, e não há obrigatoriedade de serem convidados para debates em emissoras de rádio e televisão, conforme o artigo 46 da lei 9.504/1997.
Quem são esses candidatos e quais as suas propostas para governar o Ceará a partir de 1º de janeiro de 2023? O POVO conversou com Zé Batista (PSTU), Serley Leal (UP) e Chico Malta (PCB) a fim de saber os planos que possuem caso cheguem a comandar o Estado.
Nascido em Fortaleza, o advogado Chico Malta concorrerá ao governo pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Anistiado político - depois de ter sido preso na ditadura militar - Chico teve atuação em movimentos sindicais e participou da criação da Casa da Amizade Brasil-Cuba no Estado, onde atualmente é vice-presidente da entidade.
O plano de governo do comunista tem como foco problemas sociais como fome, desemprego, "carestia" e falta de moradias. Tais questões são vistas pelo candidato como principais impactantes na qualidade de vida do cearense.
"Todo o desenvolvimento do estado passa pelos problemas candentes da nossa população. É impossível ter uma sociedade que esteja nessa situação", afirmou Malta.
Militante desde 1999, o bancário Serley Leal é membro do Movimento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) - que visa ajudar famílias de baixa renda a conquistarem moradias e já ajudou mais de 350 famílias em Fortaleza. O candidato tem como principal objetivo colaborar para a criação de entidades que aumentem a participação do povo no governo.
"Não vamos indicar nenhum dos nossos secretários, por exemplo. Todos serão escolhidos por meio de congressos populares. Realizaremos plebiscitos nas prioridades do governo, evitando assim conchavos e trocas de favores que ocorrem na Assembleia Legislativa do Ceará", afirmou Serley.
Natural de Iguatu (CE), Zé Batista é membro da Executiva Estadual da CSP-Conlutas há quase 30 anos. No lançamento de sua pré-candidatura pelo PSTU, ele expôs que o foco da candidatura será a defesa dos interesses dos trabalhadores da construção civil, além dos demais trabalhadores - que segundo ele, está passando pelo momento mais difícil da história do Brasil.
Mas para que isso seja possível, Zé Batista explica que o PSTU não pode fazer alianças com partidos "historicamente contra o trabalhador".
"É impossível alguém resolver esses problemas sem que haja um projeto independente. Não dá para enfrentar esse problema com alianças com os ricos, como o PT está fazendo se aliando a Geraldo Alckmin e o MDB de Michel Temer", ponderou.