A revisão do teto de gastos é vista pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), como uma das soluções para aumentar os investimentos na Saúde. O pedetista deu a declaração na manhã de ontem, quando foi convidado para um quadro jornalístico da Rádio CBN. Ele comentou quais ações Ciro Gomes (PDT) adotaria na área da Saúde caso fosse eleito presidente do Brasil.
O teto é um mecanismo que funciona como uma barreira para limitar o crescimento das despesas públicas. Nesse sentido, o político afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido "desconstruído", principalmente no momento em que o País enfrenta a pandemia da Covid-19. “Na verdade, a revogação do teto de gastos é um imperativo que se faz (necessário) porque limita as ações. Eu, por exemplo, aqui em Fortaleza, meu orçamento é de R$ 9,9 bilhões. Eu tenho 15% para gastar, mas gasto 27%, para você ter uma ideia”, disse.
Sarto afirma que, em um futuro governo de Ciro, o SUS passaria por um processo de “reestruturação”. “Essa reconstrução vai caminhar em várias direções, ela vai caminhar no setor de imunização, por exemplo. Houve uma completa destruição do conceito e do valor da vacina de um modo geral, não digo apenas a vacina de Covid”, ressaltou. Ele acrescentou, sem citar nomes, que o Brasil “teve um dos interlocutores mais fortes” e “eloquentes” do movimento contra os imunizantes.
Questionado sobre a política de enfrentamento a pandemia, o prefeito de Fortaleza ressaltou que Ciro adotaria ações diferentes das que foram realizadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele afirma que o pedetista uniria secretários estaduais e municipais, governadores, prefeitos e o ministro da Saúde. “Botaria em uma mesa grande e debateria quais são as melhores opções, não ficaria terceirizando atrasos e responsabilidades”, completou.
Além da revogação do teto de gastos, Sarto disse que é preciso que estados e municípios sejam mais rigorosos no controle da aplicação dos recursos destinados à Saúde. Ele também defende que é preciso “hierarquizar” prioridades no tratamento de doenças no SUS. Nesse caso, ele propõe que as patologias que possam ocasionar maior risco à vida dos pacientes possam ser tratadas com mais urgência.
Além de Sarto, participaram da entrevista com a Rádio CBN representantes das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB). Um interlocutor de Bolsonaro também foi convidado, mas o presidente recusou.