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Matos diz que após repasse de verbas do Governo, "vários prefeitos" apoiarão Wagner
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Matos diz que após repasse de verbas do Governo, "vários prefeitos" apoiarão Wagner

| Jogo Político | Ao contrário do parceiro de chapa, vice de Wagner sinaliza abertamente apoio a Bolsonaro
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RAIMUNDO MATOS encerrou ontem série de entrevistas com os candidatos a vice-governador (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE RAIMUNDO MATOS encerrou ontem série de entrevistas com os candidatos a vice-governador

Raimundo Gomes de Matos (PL), candidato a vice de Capitão Wagner (União Brasil) na disputa pelo Governo do Estado, afirmou que “vários prefeitos” do interior do Ceará, vão declarar apoio à chapa da dupla após receberem a última parcela do Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários (Mapp). Raimundo comentou o fato de alguns prefeitos de seu partido terem declarado apoio a Elmano Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT).

“Essa questão administrativa, de qualquer forma o prefeito que está tendo essas parcerias com o Governo do Estado, em determinado momento estão um pouco engessados. Tem um volume agora de prefeitos, que depois do dia 10, [quando] vai sair a última parcela, você vai ver que vários prefeitos que receberam a última parcela, vão hipotecar apoio ao Capitão Wagner”, disse Matos em entrevista ao Jogo Político nesta quarta-feira, 31.

ASSISTA À ENTREVISTA COM RAIMUNDO MATOS AO JOGO POLÍTICO

O ex-deputado federal não quis classificar a debandada dos prefeitos como traição, mas, sim, de “acomodação administrativa”. “Eu fui prefeito e sei o que significa o Governo ter uma (caneta) Bic, ou ter uma tecla no computador chamado Mapp. Muitos dos convênios, das pactuações, muitos (prefeitos) estão chegando pro Capitão Wagner, muitos chegam pro Raimundo: ‘Raimundo, você sabe, eu não posso, tem aqui o Mapp, a última parcela é amanhã’".

Raimundo declara que caso algum prefeito esteja recebendo pressão por parte do Governo e queira delatar, eles irão dar total apoio. “Mas é o que a gente ouve sistematicamente. Por exemplo, tem prefeito que não nos apoia, mas os secretários apoiam, os vereadores apoiam”, diz.

FORTALEZA CE, BR, 22.08.24 Na foto: Raimundo Gomes de Matos, candidato a vice-governador pelo União Brasil ao geverno do estado (Fco Fontenele/O POVO)(Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE FORTALEZA CE, BR, 22.08.24 Na foto: Raimundo Gomes de Matos, candidato a vice-governador pelo União Brasil ao geverno do estado (Fco Fontenele/O POVO)

Ele cita um caso que teria acontecido em Milhã, de um vereador do PT que, segundo ele, decidiu ir contra a orientação do seu partido e declarar apoio a Capitão Wagner, devido a um suposto cancelamento, feito pelo Governo do Estado, de uma obra que ligava o município à localidade de Carnaubinha. Segundo Raimundo, o vereador não teria gostado da situação.

“A adesão do vereador do PT, porque tinha uma estrada ligando Milhã a Carnaubinha, que melhorava não sei quantos quilômetros de produção rural para a população. O Governo cancelou porque a base lá disse que não votava no Elmano. Mas o vereador do PT de Milhã não concordou com isso”, declarou.

A reportagem procurou a Superintendência de Obras Públicas (SOP) a respeito de informações desse suposto cancelamento, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

FORTALEZA CE, BR, 22.08.24 Na foto: Raimundo Gomes de Matos, candidato a vice-governador pelo União Brasil ao geverno do estado (Fco Fontenele/O POVO)(Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE FORTALEZA CE, BR, 22.08.24 Na foto: Raimundo Gomes de Matos, candidato a vice-governador pelo União Brasil ao geverno do estado (Fco Fontenele/O POVO)

 

Ao contrário de Wagner, Raimundo Matos sinaliza que Bolsonaro é seu candidato a presidente

Raimundo Matos (PL), candidato a vice na chapa de Capitão Wagner (União Brasil), fez uma série de defesas a Jair Bolsonaro (PL), além de sinalizar que ele é seu candidato a presidente da República. O vice de Wagner adota postura contrária a ele, que prefere não tomar posição neste momento, sob a justificativa que seu partido também possui candidato ao Planalto, a senadora Soraya Thronicke.

Questionado em entrevista ao programa Jogo Político nessa quarta-feira, 31, sobre a preferência pelo atual chefe do Executivo, Raimundo citou o passado corrupto que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) carrega depois de seu governo. “A roubalheira foi grande. [Falam que] 'O candidato à Presidência da República do PT está inocentado', 'erros jurídicos'. Eu não sou jurista para analisar. Mas como é que o tesoureiro do PT foi lá e é ‘realmente eu vou pegar aqui R$ 100 milhões e vou devolver’. Se você não roubou, como é que você devolve R$ 100 milhões amigo?", questionou.

"São réus confessos. Aí pronto, ele vai ser o salvador da pátria, vai renovar tudo, fazer tudo, vamos ter cuidado”, emendou. Outro ponto que separa Wagner de Raimundo é o tratamento com Lula. Em entrevista ao Jogo Político, Wagner afirmou ter respeito pelo petista.

A respeito do comportamento do mandatário com as mulheres, tendo como base os recentes ataques disparados por ele à jornalista Vera Magalhães, durante debate realizado pela Bandeirantes no último domingo, 28, Raimundo não demonstrou surpresa.

“Eu convivi com o presidente Bolsonaro 24 anos como deputado federal, ele teve 7 mandatos e eu tive 6. A postura do presidente Bolsonaro sempre foi essa, independente de ser presidente ou não, é o posicionamento dele pessoal”.

No entanto, ele pondera que seu posicionamento não é o mesmo adotado por Bolsonaro. Mas citou as entrevistas realizadas pelo Jornal Nacional, com os postulantes à Presidência da República, comparando as participações de Lula e Bolsonaro.

“Se você vê o debate da Globo com o presidente Bolsonaro e o debate da Globo com o Lula, alguma coisa está errada. Me desculpe os senhores, senhoras jornalistas. Os tratamentos tem que ser iguais, coisa que eu não vi”.

Segundo Raimundo, esse perfil adotado por Bolsonaro “é o que muita gente da população deseja que o político seja também”. “E alguns dizem ‘presidente você não devia fazer isso’, descaracterizar, a pessoa é dele. Às vezes eu conversando com o General Mourão, o perfil do presidente é esse”, diz.

Quanto aos escândalos de corrupção no governo de Bolsonaro, Raimundo relativizou e voltou a tocar nos governos petistas. “O que nós podemos alegar e afirmar é que no caso do MEC, houve de qualquer forma uma certa interferência de pastores com o ministro mas não houve nada do tesoureiro do PL, do ministro do PL, do presidente da República dizer 'vá fazer isso e me dê tantos milhões de reais', diferentemente do PT”, finalizou.

Assista à entrevista na íntegra:

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