Se no primeiro debate entre os candidatos ao Governo do Ceará os temas mais citados foram o apadrinhamento político dos postulantes na cena nacional e a segurança pública, no segundo encontro, na noite de ontem, houve maior diversidade de pontos abordados.
Organizado pela TV Otimista, o evento apresentou formato mais tradicional de condução, no qual houve direcionamento temático com a participação de Capitão Wagner (União Brasil), Elmano Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT), os três mais bem colocados segundo as pesquisas de intenção de voto.
Foram abordados no primeiro e terceiro blocos, mediante sorteios, as propostas sobre: Meio-Ambiente, Cultura, Geração de Emprego e Renda, Segurança, Orçamento e Gestão e Turismo, nessa ordem. O segundo e o quarto tiveram temáticas livres, já o quinto e último foi reservado para as considerações finais.
Logo na primeira pergunta, RC perguntou para Wagner sobre saneamento básico, afirmando que o Estado atualmente possui menos da metade das residências contempladas.
Wagner respondeu citando a Lei Estadual de Resíduos Sólidos, lembrando que os municípios cearenses estão com dificuldades para extinguirem os lixões e firmou compromisso para ajudar aos gestores municipais a obterem êxito na ação.
"Você chegar em Iguatu, que é uma cidade muito bela e acolhedora, e já na entrada da cidade se deparar com um lixão é algo muito traumático", pontuou o candidato do União Brasil.
Roberto replicou atrelando o saneamento básico a questão de saúde pública. "A cada R$ 1 investido em saneamento, são R$ 4 economizados em saúde. Eu quero fazer com que 65% do esgoto dos cearenses cheguem na porta da casa. (Atualmente) falta capacidade executiva para chegar na ponta", considerou o pedetista.
Em seguida, com a cultura em pauta e Wagner com oportunidade de indagar Elmano sobre o tópico, o deputado federal falou que artistas cearenses não estão sendo atendidos da melhor forma pelo Governo do Estado, tendo mais visibilidade no âmbito nacional do que na cena local.
Elmano retrucou e teceu duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL), atrelando Wagner ao presidente. "Quem de fato menospreza a cultura, é o presidente apoiado pelo Capitão Wagner. Ele extinguiu o Ministério da Cultura. Nós precisamos fazer muito movimento para fazer a Lei Aldir Blanc para apoiar as pessoas que atuam na área da cultura. O presidente que ele apoia, que ele pediu voto em 2018, vetou esse direito aos artistas", revidou o petista.
Este foi um dos pontos de maior tensão entre os postulantes ao Abolição. Outro momento que chamou atenção - e até risadas - ocorreu após Wagner ter respondido à fala de RC sobre o ex-agente do FBI, George Piro, apontado pelo concorrente do União Brasil como peça importante do seu plano de governo para o combate as facções criminosas no Estado.
"Eu quero ser o governador que vai enfrentar isso, com os pés no chão e sem solução mirabolante. Sem trazer Super-Homem de Miami ou dos Estados Unidos. Sem prometer convênio com entidade como o FBI, polícia de estado americana impossível de conveniar. Isso é ilegal, isso é para criar ilusão e sentimento de sedução ao eleitor. Em relação a um problema complexo, grave", pontou Roberto.
Em sua réplica, Wagner fez correlação aos super-heróis da DC Comics, citando indiretamente o apelido que seu oponente recebeu quando foi candidato à Prefeitura de Fortaleza, em 2012. "Nem o Super-Homem, nem o Batman, muito menos o Pinguim vai resolver o problema da violência no estado do Ceará. A gente precisa debater com seriedade e com propostas reais. O senador Tasso (Jereissati), quando era governador, trouxe um consultor de Nova Iorque para ajudar o Estado no combate à violência", respondeu.
Os candidatos voltam a se enfrentar na próxima segunda-feira, 12, em debate promovido pelo Grupo de Comunicação O POVO. O momento será transmitido nas plataformas digitais do O POVO (Facebook, Twitter, YouTube), pela rádio O POVO CBN e TV FDR. A repercussão do debate poderá ser conferida no portal O POVO e pelas redes sociais.