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Candidato ameaça "ganhar na bala" em caso de derrota de Bolsonaro
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Candidato ameaça "ganhar na bala" em caso de derrota de Bolsonaro

| Ceará | Durante ato em Fortaleza, Delegado Cavalcante (PL) disse que, "se roubarem, vamos ganhar na bala"
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Delegado Cavalcante em manifestação 
do 7 de setembro (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Delegado Cavalcante em manifestação do 7 de setembro

O deputado estadual e candidato a deputado federal Delegado Cavalcante (PL) discursou ontem com ameaça na Praça Portugal, reduto de segmentos à direita em Fortaleza. "Se a gente não ganhar nas urnas, se eles roubarem nas urnas, nós vamos ganhar na bala. Não tem nem por onde", disse.

Empoleirado em um trio elétrico, como outros políticos com mandato, como Inspetor Alberto e André Fernandes, ambos do PL, Cavalcante prosseguiu em tom golpista: "Não tenho medo dessa corja, desses pilantras que acabaram com o Brasil. Não vamos deixar esses ladrões acabarem com o presidente".

Sem qualquer evidência, o deputado afirmou que Bolsonaro ganhou no 1º turno em 2018. "Não vamos aceitar covardia, eu sou fiel a Bolsonaro." O parlamentar também criticou os irmãos Ferreira Gomes, que, segundo ele, acabaram com Ceará ao longo de 16 anos em que lideraram o grupo que governa o Ceará.

Neste ano, a aliança entre PDT e PT se rompeu na esteira da dinâmica interna pedetista que lançou Roberto Cláudio candidato a governador.

Questionado pelo repórter e colunista do O POVO, Carlos Mazza, sobre o tom da declaração, Delegado Cavalcante reforçou que não confia no sistema eleitoral brasileiro, que bolsonaristas não "se conformarão com roubo nas urnas", e justificou o uso da expressão "na bala": "Eu sou policial, meu irmão".

Em um comentário na publicação do O POVO no Instagram que destacava a fala golpista, Cavalcante defendeu que Bolsonaro é vítima de toda sorte de complô de quem quer tomar-lhe a eleição. Ele fez críticas à confiabilidade das urnas eletrônicas.

Na manifestação, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro exibiram faixas com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e sobretudo ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Moraes lidera o inquérito das fake news.

As urnas eletrônicas, a despeito do discurso do presidente, reproduzido por apoiadores, são auditáveis antes, durante e depois da votação

Em uma das faixas levadas ao ato, a frase estampada era: "Bolsonaro, o povo exige o afastamento dos ministros do STF e TSE".

A imprensa profissional foi outra instituição agredida no contexto da manifestação. Ainda nos arredores da Arena Castelão, onde se concentraram os carros que partiriam em comboio, dois apoiadores de Bolsonaro se dirigiram ao carro do O POVO, descaracterizado, ao que um deles, de preto e boné "Bolsonaro 2022", perguntou aos que estavam dentro do veículo: "É d'O POVO, é?"

No momento, a fotógrafa Thaís Mesquita, do O POVO, estava fora do carro, registrando a avenida Alberto Craveiro tomada por carros. O mesmo apoiador perguntou à fotógrafa se o veículo "dessa vez" falaria "a verdade".

O conceito defendido foi o de "Datapovo", uma sátira ao instituto de pesquisa Datafolha, de modo a argumentar que as ruas lotadas são indícios de que Bolsonaro prevalecerá nas urnas sobre Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT, ao contrário do que neste momento apontam as pesquisas.
(colaborou Filipe Pereira)

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