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Na fila do voto, disputa para exibir a cor preferida do candidato
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Na fila do voto, disputa para exibir a cor preferida do candidato

| As ruas| Vermelho petista e verde-amarelo bolsonarista ganham destaque na fila do voto em Fortaleza
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ELEITORES de Fortaleza reafirmaram, pela cor do figurino, a preferência do  voto  (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS ELEITORES de Fortaleza reafirmaram, pela cor do figurino, a preferência do voto

Os eleitores fizeram questão de exibir as cores de suas candidaturas preferidas no domingo do voto em Fortaleza. Lado a lado, em cada posição das filas, o vermelho lulopetista e o verde-amarelo bolsonarista se cruzaram a todo momento e se destacaram nos locais de votação e longas filas em muitas sessões.

As paletas adversárias nacionalmente, de Lula (PT) e Bolsonaro (PL) apareceram mais do que a das campanhas locais.E seria difícil a cena não ganhar piadas. "Hoje tem jogo da seleção brasileira? Tá parecendo dia de jogo da Copa do Mundo", brincaram numa das filas no colégio Darwin, na rua Ildefonso Albano, na Aldeota. Gaiatice feita para amenizar a longa espera: no local, com urnas da 3ª Zona, os eleitores chegaram a esperar três horas, em média, para votar.

Na outra fila próxima, a piada foi perguntarem se estava havendo "alguma caminhada do MST ou da CUT", dada a quantidade de paramentos associados às entidades classistas, que adota o vermelho como marca - camisas, bonés, bandeiras. 

Uma dessas eleitoras que demonstrou o voto pela cor da roupa foi a governadora do Ceará Izolda Cela (sem partido). Ela declarou apoio ao candidato Elmano de Freitas (PT) apenas na última semana da campanha e, ontem, fez questão de combinar uma camisa branca com a calça vermelha. Izolda não chegou a declarar voto também para Lula, apesar de ter se encontrado cordialmente com o presidenciável petista na última sexta-feira, 30, durante a visita dele a Fortaleza.

Na variação, houve os que decidiram destacar o verde-amarelo, mas chamando atenção para os bottons e adesivos da campanha petista. A camisa da seleção tinha o 13 destacado nas costas ou sobre o escudo da CBF. Alguns escolheram a vestimenta camuflada, verde-oliva ou camisas pretas com o rosto de Bolsonaro.

O vestido da eleitora mais parecia uma bandeira do Brasil costurada sob medida. Também apareceram bastante camisetas com as mensagens que desdenham do candidato contrário - como "Fora Bolsonaro Genocida", ou "Luladrão".

Várias famílias, incluindo crianças de colo, chegavam aos locais de votação com roupas idênticas, sempre apontando cores e gravuras dos presidenciáveis escolhidos. Até cães de pequeno porte foram levados para as seções exibindo adereços associados às duas principais campanhas, como foi visto numa calçada da avenida Santos Dumont, na Aldeota.

O "13" e o "22" colantes enchiam a frente e as costas das camisetas, bolsas, garrafas térmicas. Um eleitor passou na calçada usando o adesivo do candidato a deputado na testa e na careca. O propósito de chamar atenção funcionou.

Também havia a fila dos discretos, os que optaram por não sinalizar suas preferências pelo figurino. Adotaram cores neutras, sem relação com nenhum dos concorrentes. Antes da votação ser aberta ontem, um dos receios era de possíveis confrontos entre apoiadores das duas principais candidaturas nacionais. O que acabou não se registrando até o fechamento das urnas, às 17 horas.

Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) não tiveram cores que se destacaram ao longo da campanha, o que acabou repercutindo nessa pouca exposição cromática associada aos dois. Para as candidaturas locais, que usam o vermelho (Elmano), o azul (Wagner) e o amarelo (Roberto Cláudio), além das cores a escolha mais comum foi adesivar as camisetas.

Também apontando fotinhas dos candidatos a deputado federal e estadual. A preferência era indicada muito mais nos veículos, com bandeiras e adesivos, do que na vestimenta do eleitor.

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