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Camilo e Elmano mergulham na campanha de Lula no 2º turno
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Camilo e Elmano mergulham na campanha de Lula no 2º turno

| Campanha | Eleito no primeiro turno, Elmano participa de reuniões para definir estratégia da campanha de Lula
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 30-09-2022: Lula / Camilo Santana / Elmano. Caminhada Brasil da esperança em Fortaleza, caminha Ceara 3x mais forte, com saida da Praça da Bandeira e terminio na Praça do Ferreira. (Foto: Aurelio Alves/ O POVO) (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES FORTALEZA, CE, BRASIL, 30-09-2022: Lula / Camilo Santana / Elmano. Caminhada Brasil da esperança em Fortaleza, caminha Ceara 3x mais forte, com saida da Praça da Bandeira e terminio na Praça do Ferreira. (Foto: Aurelio Alves/ O POVO)

Um dia depois das eleições, o governador eleito do Ceará Elmano Freitas (PT) já entrou na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL).

Ontem, Elmano, que venceu a disputa eleitoral ainda no primeiro turno, participou de rodada de discussão sobre estratégias para ampliar a votação de Lula no estado, de modo a assegurar uma dianteira em relação a Bolsonaro e evitar assim que o mandatário ameace uma vitória petista.

Entre o eleitorado cearense, Lula terminou a corrida do último domingo, 2, com 65,91% dos votos, ante 25,38% de Bolsonaro. Ciro Gomes, do PDT, obteve 6,80%, e Simone Tebet (MDB), 1,22%.

Em votos nominais, Lula conseguiu 3.578.355 de sufrágios, contra 1.377.827 de Bolsonaro e 369.222 de Ciro - que jamais havia encerrado uma disputa em terceiro lugar em seu estado natal.

Eleito ainda na primeira etapa, derrotando Capitão Wagner (União Brasil) e Roberto Cláudio (PDT), Elmano alcançou a marca de 2.808.300 de votos, ou seja, 54% do total. Com 69,76%, Camilo Santana (PT) conquistou cadeira no Senado somando 3.389.513 de votos.

Hoje, a dupla é o principal cabo eleitoral de Lula no Ceará, que já garante votação expressiva ao ex-presidente, assim como outros estados da região Nordeste.

Mesmo com patamar alto, porém, a intenção do QG petista local é aumentar essa margem 65% da preferência do eleitorado, atingindo um índice próximo daquilo que Camilo conseguiu.

Para tanto, a participação de Elmano e de Camilo nas articulações é fundamental, consideram os petistas que conduzem as atividades nesta etapa complementar da disputa, na qual cada voto será disputado.

Deputado federal reeleito e vice-presidente nacional do PT, José Guimarães admitiu que a ordem agora é "cuidar da eleição do Lula".

"Nossa meta é arrochar", brincou o petista, que teria agenda nessa segunda-feira com o núcleo da campanha do ex-presidente em São Paulo, mas não pode estar presente por problemas no voo.

Além de Guimarães, estava prevista também a ida de Camilo, que deve ser um elemento mobilizador importante nessa costura de mais votos para o candidato do partido.

Para o deputado do PT, "agora chegou a hora de unir todas as forças democráticas", tais como PDT e PSDB. Sobre a chegada de outras legendas à aliança em torno de Lula, o petista se mostrou otimista, antecipando apoios do MDB de Simone Tebet e possivelmente do PDT e também dos tucanos.

Ainda ontem, o ex-presidente nacional do partido social-democrata, senador Tasso Jereissati, declarou voto em Lula contra Bolsonaro. A expectativa é de que outras figuras de proa da agremiação se manifestem publicamente e chancelem o ex-presidente no 2º turno.

O objetivo é aglutinar atores cruciais nesse processo, como o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o dirigente do PDT, Carlos Lupi.

Pedetistas já sinalizaram que o presidenciável da legenda neste ano, Ciro Gomes, deve seguir a orientação da sigla e acompanhar a decisão do PDT, seja qual for.

A tendência hoje é de que o partido apoie Lula, desde que sua campanha incorpore pautas importantes da plataforma de governo de Ciro, como o ensino em tempo integral e um programa de renda mínima, entre outros pontos.

A decisão sobre os rumos que PDT e MDB devem assumir neste 2º turno pode sair ainda hoje, 4. Caso a articulação seja bem-sucedida, o arco de aliados de Lula se amplia consideravelmente, agregando ao menos duas candidaturas (Ciro e Tebet) de olho em seu eleitorado.

Somados, a 3ª colocada e o 4º totalizaram 8.514.705 de votos - ou 7,2% dos sufrágios. A vantagem de Lula sobre Bolsonaro no primeiro turno foi de 6.187.171 de votos.

Se conseguir converter uma parte dos eleitores de Tebet e Ciro na queda de braço contra Bolsonaro, o petista abriria caminho para uma vitória no 2º turno.

 

Guimarães quer parceria maior do que na época de Cid

Deputado federal, José Guimarães (PT) projeta uma parceria maior ainda entre a gestão de Elmano Freitas (PT) e um eventual governo Lula do que quando Cid Gomes (PDT) foi governador do Estado.

Eleito pela primeira vez em 2006, Cid comandou o Abolição até 2014. Sua administração atravessou o segundo mandato de Lula na Presidência e o primeiro de Dilma Rousseff (PT), de quem depois se tornaria ministro da Educação.

"Temos que nos preparar para hipótese de Lula se eleger e fazer uma parceria maior ainda do que na época de Cid e Lula. Foi uma parceria grande. Por isso deu tanto certo", disse Guimarães nessa segunda-feira, 3.

Em conversa com O POVO, o petista avaliou também que a vitória de Elmano "tem um significado estratégico para o novo projeto" e que é um "momento de avançar nas conquistas, mas também de enfrentar problemas graves".

"É um desafio que está posto, dado o compromisso que temos com a vida. É uma questão central do governo Elmano", respondeu, referindo-se à criação de empregos no estado.

Nesse sentido, uma proximidade com o Governo, argumenta o parlamentar, abre uma perspectiva de criação de postos de trabalho para os cearenses. Essa é a aposta do petista.

Com Lula no Executivo, Guimarães estima que essa parceria estaria consolidada e que o estado teria muito a ganhar.

Por isso, neste momento, tanto Elmano quanto o senador eleito Camilo Santana (PT) estão empenhados na campanha do ex-presidente, que encara o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno. (Henrique Araújo)

 

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