Entre os 22 deputados federais eleitos neste ano no Ceará, 21 já declararam junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quanto gastaram em suas campanhas. Quando somadas, as despesas ultrapassam os R$ 23,88 milhões. Esses atuais ou futuros parlamentares, juntos, obtiveram 2,99 milhões de votos, o que perfaz uma média de R$ 7,99 dispendido por voto.
Danilo Forte (União Brasil) teve a candidatura mais cara entre os eleitos, com R$ 2.492.613,50 gastos, enquanto que Dr. Jaziel (PL) teve a mais barata R$ 192.899,01. Os gastos de André Figueiredo (PDT) não constavam no site Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais, do TSE, quando os dados da reportagem foram coletados. Após atualização do portal, constatou-se que o deputado reeleito desembolsou R$ 1.030.801,50 em sua campanha, tendo recebido 111.886 votos. Assim, sua média foi de R$ 9,21.
Reeleito ao cargo federal, Jaziel também se credenciou como o postulante que menos gastou para conquistar um voto: "desembolsou" R$ 2,43 por sufrágio recebido.
O dado pode ser constatado por meio da proporção despesa/voto. Ou seja, montante utilizado na campanha dividido pela quantidade de sufrágios apurados. Portanto, o cálculo não se refere a possíveis práticas de compra de voto, crime eleitoral passível de cassação do registro de candidatura, aplicação de multa e pena de reclusão de até quatro anos, conforme previsto na lei 9.504/97.
Matheus Noronha (PL) - filho do deputado federal Genecias Noronha (PL) - afirmou ao TSE ter utilizado R$ 475.142,00 no pleito e foi escolhido por 150.823 cearenses, tendo como resultado da proporção R$ 3,15.
Em seguida, fechando a listagem dos três candidatos que menos gastaram para obter um voto, está Mauro Filho (PDT). O ex-secretário do Planejamento e Gestão do Ceará teve como resultado proporcional R$ 4,25, depois de apontar a utilização de R$ 574.857,46 e ter recebido 135.038 votos.
Mais votado no Estado, André Fernandes (PL) angariou 229.509 votos e gastou R$ 1.018.658,49 em sua candidatura rumo a Câmara dos Deputados. A média do candidato considerado um dos principais aliados cearenses de Jair Bolsonaro (PL) foi de R$ 4,43.
O segundo a receber mais votos ao cargo federal, Júnior Mano (PL) ficou com R$ 6,28, após receber 216.531 votos e declarar R$ 1.361.487,10 em despesas eleitorais.
Na dianteira dos eleitos que mais gastaram por voto recebido ficou Danilo Forte. O parlamentar teve como resultado da relação R$ 28,17 por sufrágio, ao contabilizar 88.470 escolhas.
Logo depois vem Dayany Bittencourt, a Dayany do Capitão (União Brasil), esposa de Capitão Wagner (União Brasil), segundo lugar na disputa pelo Governo do Ceará.
Debutante nas urnas, ela declarou junto ao TSE ter gastado R$ 1.145.467,93. Dayany teve a preferência de 54.526 eleitores cearenses, tendo média por voto foi de R$ 21,00.
Fechando o top-3 dos que mais gastaram por voto, Fernanda Pessoa (União Brasil) teve a segunda maior despesa levando em consideração os parlamentares eleitos: R$ 2.447.173,19 declarados à Justiça Eleitoral. E ainda que tenha sido a décima terceira candidata mais votada com 121.469 escolhas, a filha do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (União Brasil), ficou com R$ 20,14 de média.
Correligionário de Fernanda, o deputado federal Vaidon Oliveira (União Brasil) não conseguiu ser reeleito e, por conta da quantidade de votos e de seus gastos na corrida eleitoral, teve a segunda maior média entre os que pleiteavam uma cadeira na Câmara: R$ 53,02 por voto. O parlamentar recebeu 39.203 sufrágios e desembolsou R$ 2.078.706,70.
Entre os que receberam muitos votos, mas não se elegeram, Vaidon ficou atrás na média apenas de Moroni Torgan (Cidadania). O ex-vice-prefeito de Fortaleza na gestão Roberto Cláudio (PDT) contabilizou 17.582 votos e afirmou ter gasto R$ 966.700,43, resultando em R$ 54,98 por sufrágio.
Denis Bezerra (PSB) e Ronaldo Martins (Republicanos) passaram dos 100 mil votos apurados - 118.886 e 104.502, nessa ordem - e declararam ter gastado R$ 2.102.39,51 e R$ 722.579,82 respectivamente. O resultado da proporção deles foram R$ 17,69 e R$ 6,91, também não tendo conseguido uma vaga no Congresso Nacional.