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Produção de hidrogênio verde terá início em 15 de dezembro no Ceará
Economia

Produção de hidrogênio verde terá início em 15 de dezembro no Ceará

| Pioneirismo | Usina da EDP no Pecém será a responsável pela produção da primeira molécula de H2V da América Latina, segundo o secretário Maia Júnior (Desenvolvimento Econômico e Trabalho)
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H2V foi gerado em usina a carvão no Pecém (Foto: Antonio Azevedo/Divulgação)
Foto: Antonio Azevedo/Divulgação H2V foi gerado em usina a carvão no Pecém

A usina Pecém H2V, da EDP, já tem data marcada para produção da primeira molécula de hidrogênio verde (H2V) do Brasil: 15 de dezembro de 2022. O dia foi informado pelo secretário Maia Júnior (Desenvolvimento Econômico e Trabalho) e condiz com o cronograma estabelecido pela empresa desde o anúncio da produção do combustível na térmica a carvão em operação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).

Com investimento de R$ 42 milhões, o empreendimento coloca o Estado como pioneiro em H2V em toda América Latina, pois representa o início do hub de hidrogênio verde do Estado. O projeto foi idealizado há cerca de três anos e contou com a adesão de grandes empresas.

"Dia 15 de dezembro, anote aí, o Ceará vai inaugurar a primeira usina de hidrogênio verde da América Latina. Esta usina é um projeto piloto para estudos da própria empresa e universidades locais e tem produção da ordem de 1,5 toneladas por ano", afirmou Maia em entrevista ao jornalista Jocélio Leal, no programa O POVO na Rádio, da Rádio O POVO CBN, na manhã de ontem, 24.

O Ceará, de acordo com o secretário, é apontado com um dos três locais no mundo mais adequados para produção de hidrogênio verde no planeta, segundo Bloomberg, Banco Mundial e Mckinsey.

"Nós concluímos, agora, um estudo que trata dos caminhos para pavimentar a estruturação do hidrogênio verde no Ceará. No próximo mês, estamos concluindo um trabalho que fala sobre o que temos de fazer para sediar um dos principais polos de produção de hidrogênio no mundo", contou.

Estudos e apoio estadual têm sido as ferramentas do Ceará para atrair grandes investidores para o hub. Foi o caso da EDP, que concentrou esforços para produzir a primeira molécula de H2V em uma usina térmica que, hoje, opera a carvão.

Em abril, O POVO publicou em primeira mão o cronograma de instalação da produção de H2V no Pecém pela EDP. O projeto visa a geração de 22,3 quilos por hora de hidrogênio (kg/h) - ou 250 metros cúbicos normais por hora (Nm³/h) - a partir de uma planta de eletrólise (processo pelo qual o hidrogênio é extraído da molécula de água com a utilização de energia) de 1,25 megawatts (MW). Uma usina fotovoltaica de capacidade instalada de 3 MW também será construída com dedicação exclusiva para alimentar o eletrolisador.

As projeções da EDP são de atender demandas existentes de empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém e exportação, inicialmente. Mas uma ampliação da produção é considerada para maio de 2024.

A empresa considera que "o H2 (hidrogênio) será a nova commodity energética mundial, substituindo a posição do petróleo" e diz "desenvolver um roadmap com análise de Cenários 1, 10, 100 e 1000 MW na produção de gás H2".

Dentro dos esforços do Ceará para ancorar projetos do tipo, Maia revelou que o 23º protocolo de intenção relacionado ao hidrogênio verde e o segundo protocolo para instalação de uma fábrica de aerogeradores para usinas offshore (instaladas no mar) serão assinados pela governadora Izolda Cela (sem partido) na próxima quarta-feira, 26. Uma terceira empresa voltada para aerogeradores também negocia com o Estado, segundo o secretário.

 

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