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Último debate é marcado por troca de acusações sobre corrupção entre Lula e Bolsonaro
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Último debate é marcado por troca de acusações sobre corrupção entre Lula e Bolsonaro

Candidatos ao Palácio do Planalto duelaram em debate televisivo pela última vez antes da votação
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BOLSONARO E LULA no último debate na TV Globo, antes da eleição de 2022 (Foto: MAURO PIMENTEL / AFP)
Foto: MAURO PIMENTEL / AFP BOLSONARO E LULA no último debate na TV Globo, antes da eleição de 2022

Trocas de acusações sobre corrupção dominaram o último debate presidencial antes do segundo turno das eleições, realizado nesta sexta-feira, 28, pela TV Globo. Frente a frente a dois dias da votação, o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o atual, Jair Bolsonaro (PL), protagonizaram embates acalorados do começo ao fim do programa.

No primeiro bloco, reservado a confrontos diretos com temas livres, Bolsonaro chamou Lula de "bandido" e disse que o petista "levou grana para o bolso" quando comentava sobre o atraso no cronograma das obras da Transposição do Rio São Francisco. Em resposta, Lula falou sobre os 51 imóveis comprados em dinheiro vivo pela família do presidente e associou Bolsonaro a esquemas de rachadinha.

O candidato à reeleição relembrou as condenações de Lula na Justiça Federal – todas anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – e disse que o petista só está concorrendo ao Planalto "porque tem um amigo no STF". "Você tinha que estar preso", afirmou Bolsonaro.

Lula reagiu dizendo que foi julgado por um "juiz mentiroso", em referência a Sergio Moro, e introduziu na discussão a prisão de Roberto Jefferson, a quem chamou de pistoleiro.

O petista acusou Bolsonaro de "esconder" o ex-deputado de sua campanha após este atacar policiais federais com tiros de fuzil e granadas durante cumprimento de mandado de prisão, no último domingo, 23.

Tentando se descolar de Jefferson, o presidente relembrou a atuação do ex-parlamentar no escândalo do mensalão, revelado em 2005, durante o primeiro mandato de Lula: "Roberto Jefferson, teu amigo, pegava grana de você para comprar deputados na Câmara".

No segundo bloco, com temas sorteados, os candidatos voltaram a trocar acusações. Lula escolheu falar sobre combate à pobreza e Bolsonaro sobre respeito à Constituição. Deixando a discussão temática de lado, eles seguiram se atacando mutuamente.

O clima ficou tenso quando Lula leu um trecho de uma entrevista em que Bolsonaro recomendaria a distribuição de "pílula de aborto", em 1992. Exaltado, o presidente chamou o petista de “abortista”. No encerramento do bloco, Lula reclamou da ausência da discussão de propostas no debate.

A pandemia de Covid-19 também foi alvo de discussão dos candidatos. Lula acusou o presidente de atrasar a compra de vacinas e negligenciar medidas sanitárias de combate à doença. Em resposta, Bolsonaro disse que comprou mais de 500 milhões de doses de vacina e voltou à pauta da corrupção ao acusar o adversário de desviar recursos da saúde.

O debate seguiu com momentos de tensão nos blocos seguintes. O presidente, constantemente, se referiu ao oponente como "mentiroso", ao que Lula devolvia o chamando de "desequilibrado". Em meio aos enfrentamentos, Lula deu as costas para Bolsonaro quando o presidente pediu que o petista ficasse ao seu lado.

A menos de 48 horas da votação, o debate da TV Globo foi o segundo encontro entre Lula e Bolsonaro no segundo turno. O primeiro foi no dia 16 de outubro, no evento promovido pela TV Bandeirantes em parceria com Uol, Folha de S.Paulo e TV Cultura.

Em 21 de outubro, Lula deixou de comparecer ao debate organizado por um pool formado por SBT, CNN Brasil, Terra, Estadão/Rádio Eldorado, Veja e Nova Brasil FM. Na ocasião, Bolsonaro foi sabatinado durante uma hora pelos jornalistas dos veículos do pool. A campanha de Lula alegou “incompatibilidade de agendas” como motivo para a ausência do candidato no debate.

O petista também não foi ao debate da TV Record, no dia 23 de outubro. No mesmo horário, Lula participava de compromissos de campanha em Minas Gerais. Aliados do ex-presidente já comentavam há algum tempo que o petista participaria de, no máximo, dois debates neste segundo turno.

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