Divulgadas ao longo do dia de ontem, pesquisas de véspera para as eleições presidenciais brasileiras apontam cenário de estabilidade na disputa, com leve vantagem para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em todas as principais pesquisas divulgadas neste sábado, o petista aparece numericamente à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar disso, três das cinco pesquisas divulgadas ontem - CNT/MDA, Quaest e Datafolha - apontam empate técnico entre os dois candidatos, dentro da margem de erro. Em outros dois levantamentos - AtlasIntel e Datafolha -, Lula lidera fora da margem de erro.
Na média geral entre os cinco institutos, Lula aparece com 52,50% das intenções de votos válidos, contra 47,50% de Bolsonaro. Nesta modalidade, que segue a forma que a Justiça Eleitoral processa e divulga o resultado das eleições, são considerados apenas os votos concedidos a um dos dois candidatos, sendo excluídos da conta os votos brancos e nulos.
A pesquisa mais favorável para Lula foi a Ipec, na qual ele aparece com 54% dos votos válidos contra 46% de Jair Bolsonaro. Já o resultado mais "apertado" foi o mostrado pela CNT/MDA, com o petista figurando com 51,10% contra 48,9% do atual presidente.
Após o resultado do 1º turno, que acabou contrariando boa parte das pesquisas divulgadas naquela etapa da disputa, os institutos têm destacado que os levantamentos não são uma "previsão" do resultado da eleição, funcionando mais como um "retrato" do momento atual da disputa. Mudanças de última hora, no entanto, podem acontecer e não são incomuns.
Ao longo de todo o 2º turno, o agregador de pesquisas do Grupo de Comunicação O POVO mostrou um cenário de estabilidade, com momentos de breve oscilação positiva de Jair Bolsonaro ao longo do mês e que ficaram mais frequentes ao longo da última semana.
Diretor da Quaest, o cientista político Felipe Nunes destacou que, no levantamento do instituto, a vantagem numérica de Lula se dá principalmente porque a rejeição do petista ainda é menor que a do presidente. Neste levantamento, 44% dos eleitores dizem não votar em Lula "de jeito nenhum", contra 50% de Bolsonaro no mesmo índice.
As pesquisas de véspera divulgadas ontem foram realizadas entre a última quinta-feira, 27, e o sábado, 29. Todas elas, portanto, já captaram o desempenho dos dois candidatos no último debate do 2º turno, realizado na sexta-feira, 28 pela Rede Globo.
Saindo da primeira etapa da disputa com um Congresso mais favorável a si, principalmente no Senado Federal, Jair Bolsonaro focou atuação no 2º turno principalmente em estados do Sudeste, onde recebeu apoio de governadores eleitos como o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), assim como do candidato derrotado ao Governo de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).
Já Lula focou a atuação na busca de eleitores de candidatos derrotados no 1º turno, como Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Apesar de ter recebido apoio formal de ambos, apenas Simone acabou se dedicando "para valer" na campanha, participando de diversos atos ao lado de Lula e de outros aliados do petista, como a ex-presidenciável e agora deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP).
O segundo turno da disputa acabou tendo também peso muito mais destacado da pauta ideológica, com a entrada de acusações diversas entre os candidatos. Ao longo de outubro, tanto Lula foi falsamente acusado de querer fechar igrejas, quanto Jair Bolsonaro acabou sendo acusado de participar de "rituais" após participação em evento da Maçonaria.