Logo O POVO+
Lula promete conciliação e diz que "não existem dois Brasis"
Politica

Lula promete conciliação e diz que "não existem dois Brasis"

| DISCURSO | O presidente eleito classificou resultado como vitória de um "amplo movimento democrático"
Edição Impressa
Tipo Notícia Por

Horas após a confirmação da vitória eleitoral, o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez ontem discurso de vitória em São Paulo focado na pacificação e na "reconstrução de laços" do Brasil. "Não existem dois Brasis, somos um único país, um único povo, uma grande nação", disse, acenando com diálogo junto ao Congresso e Judiciário.

"É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio. A ninguém interessa viver em um país dividido em permanente estado de guerra. Esse país precisa de paz e de união. Esse povo não quer mais brigar, esse povo está cansado de enxergar no outro um inimigo e ser temido ou destruído. É hora de baixar as armas, que deveriam jamais ter sido empunhadas", disse.

Ao lado do vice Geraldo Alckmin (PSB) e diversos aliados, o presidente eleito classificou o resultado como uma "vitória não do PT ou dos partidos aliados", mas sim de um "amplo movimento democrático". "A eleição colocou frente à frente dois projetos opostos e que hoje têm um único e grande vencedor: o povo brasileiro", disse.

"É preciso reconstruir a alma desse país, trazer de volta a alegria de ser brasileiro e o verde-amarelo, que não pertence a ninguém a não ser o povo (...) a partir de 1º de janeiro de 2023, vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para os que votaram em mim", acenou ainda o petista.

Lula também fez críticas à campanha do adversário Jair Bolsonaro (PL), acusando o atual presidente de utilizar recursos públicos em busca da reeleição.. "Não enfrentamos um candidato. Enfrentamos a máquina do Estado brasileiro, colocada a serviço do candidato da situação para evitar que nós ganhássemos a eleição".

Com agradecimentos especiais a Simone Tebet (MDB), candidata a presidente derrotada no 1º turno que aderiu à campanha petista, Lula disse ainda ter passado por um "processo de ressurreição" na política. "Tentaram me enterrar vivo, e eu estou aqui. E estou aqui para governar esse País numa situação muito difícil. Mas tenho fé em Deus que, com a ajuda do povo, nós vamos encontrar uma saída para que esse país possa viver harmonicamente".

O presidente eleito também fez vários acenos de mudança de rumos na constante crise entre poderes vivida durante o governo Bolsonaro. Neste sentido, o petista prometeu ações não para "exorbitar, intervir, controlar ou cooptar, mas que busquem reconstruir a convivência harmoniosa e republicana entre os três poderes".

"É preciso reconstruir esse país em todas as suas dimensões. Na política, na harmonia institucional, nas relações internacionais, e sobretudo no cuidado com as mais necessitados", afirmou, reforçando ainda uma série de plataformas da campanha.

"A roda da economia vai voltar a girar, com os pobres fazendo parte do orçamento, com apoio aos pequenos e médios produtores rurais, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam na mesa, com incentivos aos pequenos empreendedores", diz o presidente, que prometeu retomar programas como o Minha Casa Minha Vida e empregar, com "prioridade zero", uma nova ação de erradicação da fome no País.

O presidente eleito também fez diversas promessas de volta da antiga política internacional do País, sobretudo na coordenação de pactos pelo Meio Ambiente. Também neste sentido, Lula também prometeu buscar "desmatamento zero" na Amazônia.

"O mundo tem saudades do Brasil (...) esse País é grande demais para ser renegado a esse triste papel de pária do mundo. Vamos reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do País, para que os investidores nacionais e estrangeiros retomem a confiança no Brasil", destacou o presidente eleito.

 

O que você achou desse conteúdo?