Na eleição nacional mais acirrada desde a redemocratização do País, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para um inédito terceiro mandato presidencial. Vinte anos após sua primeira vitória na disputa pelo Palácio do Planalto, o petista conseguiu triunfar sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), sendo o primeiro candidato a derrotar um mandatário no exercício do cargo desde quando foi criada a reeleição, em 1997.
Em 2018, Bolsonaro interrompeu uma sequência de quatro vitórias consecutivas do PT em eleições para a Presidência da República ao vencer o candidato Fernando Haddad, que substituiu Lula durante a campanha após o ex-presidente ser impedido de concorrer devido às condenações decorrentes da operação Lava Jato, todas já anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Sem Lula no páreo, Bolsonaro conseguiu sair vitorioso das urnas em estados até então considerados redutos eleitorais do PT. Ele prevaleceu diante de Haddad no Amazonas, Amapá e Tocantins, na Região Norte, e em Minas Gerais, no Sudeste, o segundo maior colégio eleitoral do País.
Passados quatro anos daquela eleição, Lula conseguiu recuperar a maioria de votos em três desses estados: Amazonas, Tocantins e Minas Gerais. No Amapá, o petista até superou o candidato à reeleição no primeiro turno por 45,67% a 43,41%, mas Bolsonaro virou o placar no segundo turno para 51,46% a 48,64%.
Em três regiões a preferência do eleitor se manteve estável entre as eleições de 2018 e 2022. Bolsonaro manteve maioria de votos em todos os estados do Sul e do Centro-Oeste, enquanto Lula alcançou vitórias os todos os estados do Nordeste.
Embora tenha vencido em apenas um dos quatro estados sudestinos (Minas Gerais), Lula conseguiu diminuir a força eleitoral de Bolsonaro em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País. Em 2018, o presidente havia obtido 67,97% dos votos válidos no segundo turno no estado, percentual que caiu para 55,24% neste ano.
O petista também conseguiu diminuir a vantagem do atual mandatário em estados como Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Apesar de não ter vencido o adversário em nenhum deles, ampliou a votação na comparação com 2018, o que pode ter sido decisivo para a vitória nacional.
Nos quatro anos que separam as duas eleições, o PT avançou com maior densidade eleitoral em São Paulo (de 7,2 milhões para 11,5 milhões de votos), no Rio de Janeiro (de 2,6 milhões para 4,1 milhões) e em Minas Gerais (de 4,3 milhões para 6,1 milhões).
Já Bolsonaro cresceu em todos os estados do Nordeste (8,8 milhões para 9,9 milhões) e do Norte (4,2 milhões para 4,7 milhões). Nas demais unidades federativas, teve percentuais inferiores a 2018.
A coleta e tratamento de dados para a cobertura do 2º turno das Eleições 2022, foi feita pela Central de Jornalismo de Dados do O POVO (Datadoc). (colaborou Luciano Cesário)
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